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Acidentes de carro bloqueiam por 1h, em média, vias de SP
Tempo de deslocamento de equipes da CET também aumentou nos últimos anos, chegando a 12,2 minutos no primeiro bimestre
Cálculos da CET indicam que 15 min de bloqueio em uma via resultam em 3 km de lentidão, que leva meia hora para se dissipar
João Wainer/Folha Imagem
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Acidente entre caminhão e oito carros em rua de Higienópolis; uma pessoa se feriu, enquanto o motorista do caminhão fugiu
RICARDO SANGIOVANNI
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O tempo que as vias ficam interrompidas em razão de acidentes é um dos agravantes do
aumento dos congestionamentos na cidade de São Paulo.
Somente nos dois últimos
dias em que os índices de lentidão pela manhã bateram recordes, cada um dos 20 principais
acidentes levou à obstrução total ou parcial do trânsito, em
média, durante uma hora.
Segundo cálculos da CET
(Companhia de Engenharia de
Tráfego), a cada 15 minutos de
bloqueio em uma via, a lentidão
atinge 3 km, que leva meia hora
para se dissipar.
O levantamento do tempo de
liberação das vias foi feito pela
Folha com base em informações divulgadas pela empresa
na última quinta-feira, quando
as filas somaram 165 km, e anteontem, com 186 km -sexta
quebra de recorde em 15 dias.
Ele é reflexo de dois problemas que se agravaram no trânsito paulistano e que têm contribuído com os engarrafamentos: de um lado, as quebras de
veículos e acidentes aumentaram; de outro, a CET está demorando mais tempo para chegar aos locais das ocorrências.
Nos dois primeiros meses
deste ano, a média mensal de
atendimentos pela companhia
subiu 12% -atingindo 12.300.
E a demora para as equipes
da CET se deslocarem aumentou nos últimos anos. A duração média, que era de 11,8 minutos em 2006, subiu 6% em
2007. No primeiro bimestre de
2008, mesmo em um período
de férias, atingiu 12,2 minutos.
Demora
A referência de 60 minutos
para desobstruir as ruas é só
uma média. Ontem, por exemplo, houve um engavetamento
entre um caminhão e oito carros às 13h30 em Higienópolis
(centro), mas a rua Engenheiro
Edgar Egídio de Souza ainda
seguia parcialmente bloqueada
cinco horas depois.
O tempo de remoção de veículos quebrados ou acidentados nem sempre depende da
CET. O especialista em trânsito
Flaminio Fichmann cobra, por
exemplo, a integração com outros órgãos -como IML (Instituto Médico Legal)- para acelerar os atendimentos.
A CET também se apóia nesse argumento: diz que a demora
é normal em acidentes com vítimas, quando a companhia depende de liberação da polícia
ou dos bombeiros para atuar.
Mas há uma série de deficiências do órgão de trânsito,
citadas por técnicos e funcionários, que contribuem para elevar esse tempo. Elas começam
na comunicação das ocorrências e vão até câmeras quebradas e falta de guinchos.
Até 2004, as chamadas da população eram direcionadas para a linha 194, exclusiva para as
emergências de trânsito, que
em um só ano chegou a receber
mais de 75 mil ligações.
Os alertas, porém, passaram
a ser feitos há quase quatro
anos pelo número 156, que
também centraliza os demais
serviços da prefeitura -e que,
pela avaliação de empregados
da CET, é mais demorado.
Informadas à central, as
ocorrências são passadas aos
agentes da CET nas ruas, que
deveriam portar, cada um, um
palmtop (computador de mão).
Mas, como informou a Folha
na semana passada, parte deles
está sem os aparelhos, que se
encontram quebrados e sem
manutenção devido à suspensão do contrato pela Secretaria
dos Transportes em dezembro.
Entre os 20 principais acidentes nos dias de recorde,
houve casos em que a lentidão
durou quase seis horas até outros em que tudo foi resolvido
em minutos. As interrupções
superaram 30 minutos em três
quartos dos acidentes.
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