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Paraná volta a ter casos de febre amarela após 42 anos
Dois irmãos foram infectados pela forma silvestre da doença; um deles morreu
Os infectados trabalhavam na zona rural de Laranjal; Estado vai iniciar campanha de vacinação casa a casa na zona de risco da área rural
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
A Secretaria da Saúde do Paraná confirmou ontem dois casos de febre amarela autóctone
(contraídos no próprio Estado). Uma pessoa morreu.
É o primeiro registro de um
caso (e morte) em razão da
doença no Paraná desde 1966.
Naquele ano, foram 32 mortes,
segundo o governo.
De acordo com o secretário
estadual de Saúde, Gilberto
Martin, os dois pacientes -que
contraíram a forma silvestre da
doença- foram infectados em
Laranjal (423 km de Curitiba).
Um homem, de 35 anos, morreu no último dia 29 de fevereiro. O outro, de 27 anos, está internado em Ivaiporã (392 km
da capital) e não corre risco de
morte. Os dois infectados eram
irmãos e trabalhavam na zona
rural de Laranjal na exploração
da atividade madeireira.
Neste ano, já haviam sido registrados outros dois casos no
Estado -mas ambos eram "importados". Em 8 de janeiro, um
bancário aposentado morreu
em Maringá (428 km de Curitiba) -ele havia sido infectado
em Caldas Novas (GO).
Com as novas confirmações,
já é possível afirmar que há circulação do vírus no Estado.
"Essa nova situação exige mudanças na rotina das ações desenvolvidas pela secretaria",
disse Martin. A partir de segunda, o órgão deverá iniciar uma
vacinação casa a casa em toda a
área rural de 157 municípios,
considerados área de risco para
a febre amarela silvestre.
A vacinação já começou em
Laranjal, onde ocorreram os
dois casos. No município,
84,7% dos 7,4 mil habitantes vivem na zona rural. Além da zona de risco, outros 127 municípios, dos 399 que o Paraná possui, foram enquadrados em
áreas de transição da doença.
A distribuição dos municípios considerados área de risco
é ampla no Paraná, atingindo as
regiões oeste, centro, centro-sul, sudoeste e noroeste.
As populações urbanas dos
municípios serão atendidas nos
postos de saúde. Segundo Martin, a vacinação em massa na
chamada área de risco, que
abrange as regionais de Irati,
União da Vitória (centro-sul),
Francisco Beltrão, Pato Branco
(sudoeste), Foz do Iguaçu, Toledo, Cascavel (oeste), Campo
Mourão (centro-noroeste) e
Ivaiporã (centro), deverá se estender até 4 de abril.
Martin disse que, apesar da
confirmação de dois casos, não
há motivo para a população se
preocupar, já que as medidas
preventivas foram tomadas.
Colaborou DIMITRI DO VALLE, da Agência Folha, em Curitiba
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