São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 2008

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Antonio De Salvo e as relações públicas

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A lembrança da fuga até o Etna, quando as tropas alemãs invadiram a Itália durante a Segunda Guerra Mundial, marcou tanto sua vida que lhe inspirou a escrever três livros. E a "chegar onde chegou".
Foi em Riposto, na Sicília, na Itália, que Antonio De Salvo nasceu e cresceu. A família tinha uma vinícola e importava garrafas e rolhas da França, para exportar, como champanhe, seu vinho. Até que a guerra explodiu e a família teve de se esconder aos pés do Etna. Lá, diz a viúva, o pai de De Salvo conheceu "um Matarazzo que lhe falou sobre as belezas do Brasil". Deixaram a Itália em 13 de maio de 1953.
Aprendeu rápido o português e foi procurar emprego no departamento de publicidade da Colgate-Palmolive. Conseguiu, mas como vitrinista das farmácias. Foi então para agência de relações públicas. "Ouviu que teria coquetéis, mulheres, bebidas." Em 1971, decidiu fundar sua própria agência, a ADS, hoje uma das maiores do mercado. No escritório, hoje, há uma estante coberta de prêmios do setor.
"Não gostava de coisas mornas", o homem que caçava búfalos, por hobby, na África. Mas "era um gentleman com as mulheres, forte, mas de alma feminina."
Tinha quatro filhos e cinco netos. Morreu anteontem, aos 70, de câncer. Na memória da viúva, sua última ida à Bahia, em novembro, para pescar -fisgara um marlin com mais de 150 kg. "Foi a última energia que conseguiu tirar daquele corpo."


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