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Antonio De Salvo e as relações públicas
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A lembrança da fuga até o
Etna, quando as tropas alemãs invadiram a Itália durante a Segunda Guerra
Mundial, marcou tanto sua
vida que lhe inspirou a escrever três livros. E a "chegar
onde chegou".
Foi em Riposto, na Sicília,
na Itália, que Antonio De Salvo nasceu e cresceu. A família tinha uma vinícola e importava garrafas e rolhas da
França, para exportar, como
champanhe, seu vinho. Até
que a guerra explodiu e a família teve de se esconder aos
pés do Etna. Lá, diz a viúva, o
pai de De Salvo conheceu
"um Matarazzo que lhe falou
sobre as belezas do Brasil".
Deixaram a Itália em 13 de
maio de 1953.
Aprendeu rápido o português e foi procurar emprego
no departamento de publicidade da Colgate-Palmolive.
Conseguiu, mas como vitrinista das farmácias. Foi então para agência de relações
públicas. "Ouviu que teria
coquetéis, mulheres, bebidas." Em 1971, decidiu fundar sua própria agência, a
ADS, hoje uma das maiores
do mercado. No escritório,
hoje, há uma estante coberta
de prêmios do setor.
"Não gostava de coisas
mornas", o homem que caçava búfalos, por hobby, na
África. Mas "era um gentleman com as mulheres, forte,
mas de alma feminina."
Tinha quatro filhos e cinco
netos. Morreu anteontem,
aos 70, de câncer. Na memória da viúva, sua última ida à
Bahia, em novembro, para
pescar -fisgara um marlin
com mais de 150 kg. "Foi a última energia que conseguiu
tirar daquele corpo."
obituario@folhasp.com.br
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