São Paulo, sábado, 13 de março de 2010 |
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Passeata de professor para Paulista; greve é mantida
Ato reuniu de 8.000 a 12 mil, segundo a PM, e 40 mil, na avaliação da Apeoesp
EDUARDO GERAQUE DA REPORTAGEM LOCAL O que era para ser um assembleia restrita ao vão-livre do Masp, na avenida Paulista, virou uma passeata até a praça da República, no centro, afetou o trânsito durante a tarde e causou transtornos à população. Os professores da rede estadual decidiram manter a greve iniciada nesta semana pelo menos até a próxima sexta-feira. O clima ontem, após o governo de SP classificar o movimento de "esvaziado", é de confronto. "Eles não quiseram negociar, a tendência agora é que o enfrentamento aumente", disse Maria Izabel Noronha, presidente da Apeoesp (sindicato dos professores da rede estadual), uma das associações sindicais que organizam a greve. A principal reivindicação dos grevistas é um aumento salarial de 34,3%. A Secretaria de Estado da Educação, por meio de nota, disse que a greve teve uma adesão de 1%, o que mostra que a sua pauta não é aceita nem pelos professores. Para a Apeoesp, 80% dos 210 mil professores de SP pararam ontem. Nesta semana, a Folha contatou dez escolas. Em pelo menos três a paralisação era parcial. Nas outras, as aulas ocorriam normalmente. O governo Serra classifica o movimento de "político e inimigo da educação" -a Apeoesp é filiada à CUT (Central Única dos Trabalhadores), que tem ligações históricas com o PT. A tomada das ruas da Paulista e do centro ocorreu mesmo após a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) ter pedido ao Ministério Público de SP que proibisse a passeata -a Promotoria não se manifestou. O número de professores ontem nas ruas foi incerto. A polícia estimou entre 8.000 e 12 mil grevistas. A Apeoesp falou em 40 mil manifestantes. "Nossa conta é feita com base no número de ônibus que vieram do interior. E da quilometragem ocupada pela passeata na avenida", disse Noronha. A multidão, no início da passeata, ocupava uma pista da Paulista, do Masp ao Conjunto Nacional (quatro quarteirões). Discussão Nas calçadas, as pessoas discutiam o protesto. "É um absurdo isso. Parar o centro financeiro de São Paulo. Como vou chegar à faculdade", dizia Elisangela Vieira. "Não temos aumento há pelo menos cinco anos. Não é totalmente certo, mas parar a Paulista acaba sendo uma consequência", respondeu a professora Vera Porto à estudante. A analista Fabiana Capasciuti, parada no trânsito na Haddock Lobo, reclamava ao volante. "Minha mãe é professora. Mas o que a população tem a ver com isso?", disse a motorista, que ficou quase meia hora sem mover o seu carro. Carlos (não quis dar o sobrenome) resolveu descer do ônibus que conduzia. "Quer saber? Eles estão certos", disse. Toda a passeata teve a escolta da PM, mas não houve confronto. Texto Anterior: Pernambuco: Família diz que Paula Oliveira já voltou a viver no Brasil Próximo Texto: Queixas contra a Telefônica crescem 324% em um ano Índice |
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