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SAÚDE
Estudos mostram que alto teor de flúor e substâncias antioxidantes no produto podem combater placa bacteriana
Chá preto é testado para prevenir cáries
FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife
Pesquisadores da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco)
acreditam que o consumo regular
do chá preto pode se tornar uma
nova arma na prevenção da cárie.
Os indícios surgiram a partir de
estudos desenvolvidos há um ano,
que revelaram a presença de alto
teor de flúor no produto, além de
substâncias antioxidantes capazes
de combater a placa bacteriana.
Segundo a coordenadora da pesquisa, Cátia Guerra, se esses benefícios forem confirmados, os antioxidantes -ainda não identificados- poderão ser isolados e
eventualmente incluídos nas fórmulas de cremes dentais.
"O próprio chá poderia vir a fazer parte da cesta básica de alimentos", diz a pesquisadora.
Os estudos com o chá preto começaram a partir da observação de
levantamentos anteriores realizados por outros pesquisadores no
leste da África e na Inglaterra.
Nas pesquisas foi constatada baixa incidência de cárie nas populações africanas sujeitas ao problema, mas que consumiam o produto. Na Inglaterra, onde o hábito de
tomar chá é ainda maior, afirmou,
observou-se a ocorrência de fluorose -destruição dos dentes por
excesso de flúor.
Nos dois casos a variável era o
consumo do chá, concluíram os
pesquisadores. Na primeira fase
do estudo, exames confirmaram a
presença do flúor e dos antioxidantes no produto.
Na segunda fase, iniciada em janeiro passado, o objetivo é saber se
as substâncias encontradas permanecem no organismo após a ingestão e de que forma elas atuariam na prevenção à cárie.
Para isso, Guerra -que também
é professora do departamento de
prótese e cirurgia bucofacial da
universidade- incluiu 50 estudantes do curso de graduação em
odontologia no trabalho.
Por oito meses, cada aluno consumirá uma xícara por dia com 200
ml de chá preto em concentração
"normal". Cada xícara, diz a pesquisadora, possui 0,015 ppm (partes por milhão) de flúor, quantidade suficiente para ajudar o organismo a prevenir a cárie, disse.
Segundo ela, o consumo ideal de
flúor varia de 0,10 ppm a 0,20 ppm
por dia. Quantidades acima disso,
afirmou, podem provocar desde a
fluorose até a morte.
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