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Secretário nacional de Justiça é contra uso de Exército
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O secretário nacional de Justiça, Antonio Carlos Biscaia, é
contra o uso das Forças Armadas para conter a violência nas
ruas e favelas do Rio de Janeiro,
defende um efetivo maior e
permanente da Força Nacional
de Segurança Pública no Estado e diz que o município também é responsável pela crise.
"De 1983, o primeiro governo
Brizola, até 2006 são 23 anos de
equívocos em política de segurança pública no Rio. Tem solução, e nós vamos buscá-la, mas
não é uma mágica. O [governador do Rio,] Sérgio Cabral, tem
esse ponto positivo, de reconhecer erros passados e buscar
saídas", afirmou Biscaia, em
entrevista à Folha, ontem.
Entre as "saídas" buscadas
por Cabral está o pedido, feito
publicamente mas não oficializado, como a lei requer, para
que as Forças Armadas assumam missões policias no Rio.
Para Biscaia, "uma intervenção
deste tipo, que só pode se dar
de uma forma limitada no tempo, só resolverá pelo período
em que ocorre".
Em 2002, Biscaia coordenou
a elaboração do plano de segurança pública para o primeiro
mandato do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. Também
com a experiência de membro
do Ministério Público do Rio
de Janeiro, ele entende que as
ações de combate à criminalidade só funcionam se estabelecidas em caráter permanente.
Neste sentido, o secretário
falou sobre a atuação da Força
Nacional de Segurança Pública,
que enviou 450 homens para
missões de apoio às polícias do
Rio em janeiro deste ano.
"Esse apoio deveria ter um
efetivo maior e uma atuação
mais continuada. Estamos estudando isso. No caso da Força
Nacional, não seria de forma
indefinida, mas uma ação que
durasse pelo menos um ano."
Outro combustível da violência, para Biscaia, é o "descontrole do espaço urbano", item
no qual também haveria responsabilidade do município,
apesar de não ter atribuição legal para cuidar do tema.
Ex-deputado federal, Biscaia
reafirmou que não existe mágica. Afirmou que o caminho, na
visão do ministro da Justiça,
Tarso Genro, está em ações que
procurem vincular programas
sociais com segurança. Biscaia
está no grupo ministerial de
trabalho, cujo resultado deve
ser entregue a Lula em junho.
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