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Já são quatro os mortos durante a ressaca do feriado
Foi encontrado ontem, em Ubatuba (litoral norte), o corpo de Anderson dos Santos, 20; outros três estão desaparecidos
No fim de semana já haviam sido registradas mortes na praia da Barra do Sahy e em São Vicente, em SP, e na Ilha Grande, no litoral do Rio
DA AGÊNCIA FOLHA
DA SUCURSAL DO RIO
Subiu para quatro ontem o
número de banhistas mortos
por afogamento na ressaca que
atingiu as praias do litoral do
Rio de Janeiro e de São Paulo
no feriado de Páscoa.
Em Ubatuba, no litoral norte,
o corpo de Anderson Rodrigo
dos Santos, 20, de Sumaré (SP),
foi encontrado ontem à tarde
na praia do Sapê. Ele havia sumido na sexta-feira na região.
As outras três mortes foram
registradas no sábado na Barra
do Sahy e em São Vicente, em
São Paulo, e na Ilha Grande, no
Rio. Ainda há três pessoas desaparecidas, duas em São Paulo e
uma no Rio.
A ressaca foi provocada por
uma área de baixa pressão associada a uma frente fria, segundo o Cptec (Centro de Previsão
de Tempo e Estudos Climáticos). O fenômeno resultou em
um ciclone, cujos ventos provocaram ondas de até três metros.
Ontem, a situação estava praticamente normalizada.
Dos três desaparecidos, os
dois paulistas sumiram no sábado em Ubatuba. Os bombeiros interromperam as buscas
no início da noite de ontem.
O primeiro, um rapaz de 22
anos e turista de Leme (SP), sumiu por volta das 15h de sábado, quando nadava na praia do
Tenório. O segundo é um homem de aproximadamente 50
anos, que, segundo os bombeiros, é de Barueri (Grande SP).
Ele desapareceu por volta das
16h, na praia Dura.
De acordo com o comandante do Salva-Mar no litoral norte
paulista, capitão Carlos Eduardo Smicelato, há salva-vidas em
apenas uma das três praias onde os casos foram registrados (a
praia do Tenório).
Ele avalia, porém, que os problemas estão ligados à ressaca
que atingiu o litoral e aumentou o perigo nas praias e à falta
de cuidado dos banhistas.
"As praias onde aconteceram
os acidentes são tranquilas, indicadas até para crianças. Só
que tivemos um feriado atípico,
com ressaca provocando ondas
de até três metros e muita correnteza, e a presença de muitos
banhistas", disse Smicelato.
"Mas acredito que o principal
fator para a ocorrência desse tipo de acidente é a falta de cuidado dos banhistas, apesar das
campanhas educativas que fazemos", afirmou o capitão.
Alto-mar
O terceiro desaparecido é
Edison Sueiro, 44, tripulante filipino que trabalhava em um
barco de apoio às plataformas
de petróleo na Bacia de Campos, no Rio. Ele desapareceu na
manhã de sábado da embarcação que tinha mais 36 pessoas a
bordo e não tinha sido localizado até a conclusão desta edição.
As buscas foram suspensas
ontem, às 18h30, e serão retomadas hoje, às 6h30. Ontem,
um barco e um helicóptero da
Capitania foram empregados,
com auxílio da própria embarcação de onde ele teria caído - o
navio RSB-Geographic, de bandeira norueguesa.
De acordo com a Capitania
dos Portos, será aberto um inquérito assim que o navio atracar no porto, o que só deverá
acontecer após o término das
buscas. Até o início da noite, ele
não havia sido encontrado. Como as águas do litoral sudeste
não são muito frias, ainda há
uma chance pequena de que
possa estar vivo.
O argentino Sebastian
Eduardo, 33, foi uma das três
mortes ocorridas no sábado e
atribuídas à ressaca. Ele se afogou na praia da Barra do Sahy.
Em São Vicente, na Baixada
Santista, um escrivão de polícia
se afogou na praia de Itararé.
Outro morto por afogamento
foi o turista inglês Peter Charles Cox, 46, que se afogou no último sábado na Ilha Grande, litoral do Rio (leia texto abaixo).
A ressaca elevou o número de
salvamentos no Rio de Janeiro.
Na quinta-feira, foram registrados 19 socorros pelo Corpo
de Bombeiros. Na sexta, quando as ondas chegaram a três
metros, foram registrados 439
salvamentos nas praias do Rio,
número idêntico ao de sábado.
Ontem, quando menos banhistas foram às praias, o número
de ocorrências foi menor, mas
não foi sido divulgado.
Litoral paulista
Nas praias do litoral de São
Paulo, o mar revolto encurtou o
feriado de alguns paulistanos.
As ondas fortes esvaziaram as
praias e chegaram a encobrir os
calçadões da orla. O susto e o
sábado de praia perdido fizeram com que muitos antecipassem o retorno a São Paulo.
"Meu prédio hoje está vazio, todos foram embora", conta a administradora de empresas Rita
Vieira de Lima, 60, que arriscou
ficar no Guarujá (na Baixada
Santista) e conseguiu curtir a
praia ontem o dia todo.
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