São Paulo, segunda-feira, 13 de abril de 2009

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Já são quatro os mortos durante a ressaca do feriado

Foi encontrado ontem, em Ubatuba (litoral norte), o corpo de Anderson dos Santos, 20; outros três estão desaparecidos

No fim de semana já haviam sido registradas mortes na praia da Barra do Sahy e em São Vicente, em SP, e na Ilha Grande, no litoral do Rio


DA AGÊNCIA FOLHA
DA SUCURSAL DO RIO

Subiu para quatro ontem o número de banhistas mortos por afogamento na ressaca que atingiu as praias do litoral do Rio de Janeiro e de São Paulo no feriado de Páscoa.
Em Ubatuba, no litoral norte, o corpo de Anderson Rodrigo dos Santos, 20, de Sumaré (SP), foi encontrado ontem à tarde na praia do Sapê. Ele havia sumido na sexta-feira na região.
As outras três mortes foram registradas no sábado na Barra do Sahy e em São Vicente, em São Paulo, e na Ilha Grande, no Rio. Ainda há três pessoas desaparecidas, duas em São Paulo e uma no Rio.
A ressaca foi provocada por uma área de baixa pressão associada a uma frente fria, segundo o Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos). O fenômeno resultou em um ciclone, cujos ventos provocaram ondas de até três metros. Ontem, a situação estava praticamente normalizada.
Dos três desaparecidos, os dois paulistas sumiram no sábado em Ubatuba. Os bombeiros interromperam as buscas no início da noite de ontem.
O primeiro, um rapaz de 22 anos e turista de Leme (SP), sumiu por volta das 15h de sábado, quando nadava na praia do Tenório. O segundo é um homem de aproximadamente 50 anos, que, segundo os bombeiros, é de Barueri (Grande SP). Ele desapareceu por volta das 16h, na praia Dura.
De acordo com o comandante do Salva-Mar no litoral norte paulista, capitão Carlos Eduardo Smicelato, há salva-vidas em apenas uma das três praias onde os casos foram registrados (a praia do Tenório).
Ele avalia, porém, que os problemas estão ligados à ressaca que atingiu o litoral e aumentou o perigo nas praias e à falta de cuidado dos banhistas.
"As praias onde aconteceram os acidentes são tranquilas, indicadas até para crianças. Só que tivemos um feriado atípico, com ressaca provocando ondas de até três metros e muita correnteza, e a presença de muitos banhistas", disse Smicelato.
"Mas acredito que o principal fator para a ocorrência desse tipo de acidente é a falta de cuidado dos banhistas, apesar das campanhas educativas que fazemos", afirmou o capitão.

Alto-mar
O terceiro desaparecido é Edison Sueiro, 44, tripulante filipino que trabalhava em um barco de apoio às plataformas de petróleo na Bacia de Campos, no Rio. Ele desapareceu na manhã de sábado da embarcação que tinha mais 36 pessoas a bordo e não tinha sido localizado até a conclusão desta edição.
As buscas foram suspensas ontem, às 18h30, e serão retomadas hoje, às 6h30. Ontem, um barco e um helicóptero da Capitania foram empregados, com auxílio da própria embarcação de onde ele teria caído - o navio RSB-Geographic, de bandeira norueguesa.
De acordo com a Capitania dos Portos, será aberto um inquérito assim que o navio atracar no porto, o que só deverá acontecer após o término das buscas. Até o início da noite, ele não havia sido encontrado. Como as águas do litoral sudeste não são muito frias, ainda há uma chance pequena de que possa estar vivo.
O argentino Sebastian Eduardo, 33, foi uma das três mortes ocorridas no sábado e atribuídas à ressaca. Ele se afogou na praia da Barra do Sahy. Em São Vicente, na Baixada Santista, um escrivão de polícia se afogou na praia de Itararé. Outro morto por afogamento foi o turista inglês Peter Charles Cox, 46, que se afogou no último sábado na Ilha Grande, litoral do Rio (leia texto abaixo).
A ressaca elevou o número de salvamentos no Rio de Janeiro. Na quinta-feira, foram registrados 19 socorros pelo Corpo de Bombeiros. Na sexta, quando as ondas chegaram a três metros, foram registrados 439 salvamentos nas praias do Rio, número idêntico ao de sábado. Ontem, quando menos banhistas foram às praias, o número de ocorrências foi menor, mas não foi sido divulgado.

Litoral paulista
Nas praias do litoral de São Paulo, o mar revolto encurtou o feriado de alguns paulistanos. As ondas fortes esvaziaram as praias e chegaram a encobrir os calçadões da orla. O susto e o sábado de praia perdido fizeram com que muitos antecipassem o retorno a São Paulo. "Meu prédio hoje está vazio, todos foram embora", conta a administradora de empresas Rita Vieira de Lima, 60, que arriscou ficar no Guarujá (na Baixada Santista) e conseguiu curtir a praia ontem o dia todo.


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