São Paulo, segunda-feira, 13 de abril de 2009

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PM retira guarita da região da Paulista

Estrutura estava desocupada havia um ano, mas comerciantes e moradores temem que ausência piore a criminalidade

Base que ficava na esquina das ruas Augusta e Luís Coelho foi removida na terça; auxiliar de limpeza cuidava da estrutura


DO "AGORA"

A guarita da PM (Polícia Militar) que ficava ociosa na esquina das ruas Augusta e Luís Coelho (região central de SP) foi retirada e guinchada por marronzinhos da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e por policiais, na manhã da última terça-feira. Indignados, comerciantes registraram a remoção da base policial.
Reportagem publicada em 22 de janeiro mostrou que a cabine não era ocupada por PMs havia cerca de um ano. Na ocasião, comerciantes e moradores reclamaram do aumento da criminalidade no bairro. Agora, quem vive ou trabalha no local teme que a situação piore ainda mais. Eles acreditam que a cabine, mesmo sem policiais, servia como uma espécie de "espantalho" para os ladrões.
Em janeiro, a PM negou que a base ficasse vazia e alegou que os policiais estavam no litoral reforçando a segurança nas praias, repletas de turistas. Agora, a PM afirma que a base foi removida para substituir outra em manutenção.
Desde que deixou de ser frequentada por policiais, a guarita passou a ser de responsabilidade do auxiliar de limpeza Francisco Medeiros Neto, 33. Era ele quem colocava, retirava e limpava todos os dias a base. À noite, a tarefa dele era guardá-la na galeria Augusta.
"Tomara que eles tragam de novo e coloquem um policial dentro. Essa área precisa, tem muito assalto à mão armada", disse o zelador da galeria Augusta, João Alves Neto, 42. Segundo ele, antes de ser levada, a cabine ainda era administrada todos os dias pelo faxineiro, que contava com sua ajuda.
"Ele colocava às 7h e eu retirava às 20h. Aos sábados a gente deixava das 7h às 18h. Domingo não colocávamos. Agora que ela foi levada, infelizmente esse serviço acabou", lamenta.
A guarita, segundo a PM, foi colocada na esquina da Augusta em 2002, com outras 39 bases espalhadas pela região, em parceria da Associação Paulista Viva com a PM. Na época, os policiais ficavam nas bases em dois turnos -manhã e tarde.

Vandalismo
O trabalho do faxineiro servia para que, à noite, a cabine de fibra de vidro, avaliada em R$ 7.000, não fosse alvo de vandalismo. A direção da galeria havia se comprometido com a PM a cuidar da guarita.
A ajuda recebida desse e de outros estabelecimentos, de acordo com a PM, foi um pedido dos próprios policiais. Eles se sentiam constrangidos e vulneráveis aos bandidos carregando a base pela rua, ainda de acordo com a PM.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, após a instalação das cabines houve uma queda de 82% nos índices de criminalidade na região da avenida Paulista. (TALIS MAURICIO)


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