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Laudos aprovaram suspeito de estupro
Tribunal de Justiça do DF diz que preso por matar jovens em GO passou por todos os testes necessários, incluindo o psicossocial
Vara de Execuções Penais afirma ter tomado toda a "cautela necessária" e que não dá para antever futuros "atos graves" de condenados
MATHEUS MAGENTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
FELIPE BÄCHTOLD
DA AGÊNCIA FOLHA
O pedreiro Admar de Jesus,
40, suspeito de estuprar e matar seis jovens em Luziânia (212
km de Goiânia), foi solto após
ter passado, segundo a Justiça,
por avaliações que garantiram
que ele tinha condições de voltar à vida em sociedade.
De acordo com o Tribunal de
Justiça do Distrito Federal, o
suspeito passou por todas as
avaliações necessárias, incluindo a psicossocial.
Em nota, a Vara de Execuções Penais disse que tomou toda a "cautela necessária" e que,
"infelizmente, não há como antever que certos condenados"
irão cometer "atos graves".
Segundo o TJ, relatórios de
maio de 2009 apontavam que o
preso havia sido atendido por
psicólogos duas vezes e se mostrou com "polidez e coerência
de pensamento" e que não ficou constatada doença mental.
Detido desde 2005, ele foi
condenado a 14 anos de prisão
por abusar de dois adolescentes, mas conseguiu a progressão de pena em 23 de dezembro
de 2009. Os primeiros crimes
em GO ocorreram dias depois.
Antes de o Judiciário se pronunciar, a sua liberação gerou
críticas de autoridades, entre
elas a do ministro da Justiça,
Luiz Paulo Barreto. "O Poder
Judiciário tem o direito de fazer essa liberação. O que me
surpreende é que ela ocorra
sem análise psicossocial desse
indivíduo", disse -a Folha não
conseguiu falar com ele depois.
DNA
Os seis corpos dos jovens
mortos em Luziânia, encontrados no último fim de semana,
não puderam ser reconhecidos
pelas famílias e serão identificados por exames de DNA.
O resultado deve sair nesta
semana. Segundo a polícia, os
corpos estavam em avançado
processo de decomposição.
Ontem, o pedreiro foi ouvido
em Goiânia por senadores da
CPI da Pedofilia. Jesus foi apresentado a jornalistas pela Secretaria da Segurança Pública.
Ao falar sobre a prisão, ele
pediu "perdão", se disse arrependido e deu explicações diferentes das divulgadas pela polícia. De maneira confusa, chegou a dizer que as mortes foram
encomendadas e que iria receber R$ 5.000. Depois, disse que
matou um jovem que ameaçou
divulgar na internet vídeos em
que ele aparecia com adolescentes. Também afirmou estar
com medo de ser morto.
No último domingo, a polícia
informou que o pedreiro havia
declarado que oferecia dinheiro aos garotos para que o ajudassem no transporte de materiais de construção. Em uma
área de fazenda, estuprava as
vítimas e as matava a pauladas.
Uma das linhas de investigação ainda considera a possibilidade de envolvimento do pedreiro com redes de pedofilia.
Também é apurado se há outros envolvidos nas mortes. O
preso ainda não tem advogado.
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