São Paulo, terça-feira, 13 de abril de 2010

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Laudos aprovaram suspeito de estupro

Tribunal de Justiça do DF diz que preso por matar jovens em GO passou por todos os testes necessários, incluindo o psicossocial

Vara de Execuções Penais afirma ter tomado toda a "cautela necessária" e que não dá para antever futuros "atos graves" de condenados

MATHEUS MAGENTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

FELIPE BÄCHTOLD
DA AGÊNCIA FOLHA

O pedreiro Admar de Jesus, 40, suspeito de estuprar e matar seis jovens em Luziânia (212 km de Goiânia), foi solto após ter passado, segundo a Justiça, por avaliações que garantiram que ele tinha condições de voltar à vida em sociedade.
De acordo com o Tribunal de Justiça do Distrito Federal, o suspeito passou por todas as avaliações necessárias, incluindo a psicossocial.
Em nota, a Vara de Execuções Penais disse que tomou toda a "cautela necessária" e que, "infelizmente, não há como antever que certos condenados" irão cometer "atos graves".
Segundo o TJ, relatórios de maio de 2009 apontavam que o preso havia sido atendido por psicólogos duas vezes e se mostrou com "polidez e coerência de pensamento" e que não ficou constatada doença mental.
Detido desde 2005, ele foi condenado a 14 anos de prisão por abusar de dois adolescentes, mas conseguiu a progressão de pena em 23 de dezembro de 2009. Os primeiros crimes em GO ocorreram dias depois.
Antes de o Judiciário se pronunciar, a sua liberação gerou críticas de autoridades, entre elas a do ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto. "O Poder Judiciário tem o direito de fazer essa liberação. O que me surpreende é que ela ocorra sem análise psicossocial desse indivíduo", disse -a Folha não conseguiu falar com ele depois.

DNA
Os seis corpos dos jovens mortos em Luziânia, encontrados no último fim de semana, não puderam ser reconhecidos pelas famílias e serão identificados por exames de DNA.
O resultado deve sair nesta semana. Segundo a polícia, os corpos estavam em avançado processo de decomposição.
Ontem, o pedreiro foi ouvido em Goiânia por senadores da CPI da Pedofilia. Jesus foi apresentado a jornalistas pela Secretaria da Segurança Pública.
Ao falar sobre a prisão, ele pediu "perdão", se disse arrependido e deu explicações diferentes das divulgadas pela polícia. De maneira confusa, chegou a dizer que as mortes foram encomendadas e que iria receber R$ 5.000. Depois, disse que matou um jovem que ameaçou divulgar na internet vídeos em que ele aparecia com adolescentes. Também afirmou estar com medo de ser morto.
No último domingo, a polícia informou que o pedreiro havia declarado que oferecia dinheiro aos garotos para que o ajudassem no transporte de materiais de construção. Em uma área de fazenda, estuprava as vítimas e as matava a pauladas.
Uma das linhas de investigação ainda considera a possibilidade de envolvimento do pedreiro com redes de pedofilia.
Também é apurado se há outros envolvidos nas mortes. O preso ainda não tem advogado.


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