São Paulo, quarta-feira, 13 de abril de 2011

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Polícia não vê anormalidade em e-mails mandados por atirador

DO RIO

A polícia não detectou "nenhuma anormalidade" nos e-mails trocados pelo atirador Wellington Menezes de Oliveira, que matou 12 crianças na escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro.
A conclusão é da delegada titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática, Helen Sardenberg, baseada em quatro endereços eletrônicos do atirador. Foram quebrados os sigilos das comunicações telefônicas e da internet utilizadas por ele.
Segundo Sardenberg, a Microsoft se comprometeu a liberar ainda hoje o acesso ao MSN de Wellington. Ontem a polícia apreendeu o computador da casa onde o atirador foi criado, no mesmo bairro. Ele morou ali até a metade do ano passado. Foi copiado ainda o servidor da empresa de alimentos onde o atirador trabalhou até agosto de 2010.
Na segunda-feira à noite, um sobrinho do atirador, identificado como A.S.O, 29, disse em depoimento à polícia que não recebia e-mails do tio desde o fim do ano passado. "Ele gostava de mandar correntes de religião e citava pontos da Bíblia. Uma vez até perguntei se ele estava estudando para ser pastor."

TEXTOS
Entre impressos e anotações encontrados na casa do atirador Wellington de Oliveira, 23, existem, além de trechos da Bíblia, do Corão e referências a atentados terroristas, textos de um pastor adventista que mora na Bahia.
Procurado pela Folha, o pastor Demóstenes Neves da Silva, 53, confirmou a autoria de um textos sobre o inferno e afirmou ser "muito provável" que os demais também sejam dele. Silva contou que até 2003 respondia perguntas de internautas sobre religião em um site adventista.
Nenhum dos textos induz a ataques homicidas nem faz apologia à violência.
Já os manuscritos do atirador revelam uma pessoa com manias de grandeza e perseguição, além de ambivalência de sentimentos, avaliam especialistas.
Psiquiatras, porém, divergem sobre a existência de alguma doença mental.


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