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EDUCAÇÃO
Estudantes e servidores também decidiram aderir a greve; segundo reitoria, 80% dos docentes estão parados
Paralisação na BA completa hoje 14 dias
LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha, em Salvador
Os professores da UFBa (Universidade Federal da Bahia) entram hoje no 14º dia de greve. Os
estudantes também decidiram
aderir à paralisação.
Segundo informações da Apub
(Associação dos Professores Universitários da Bahia), 90% dos
2.200 professores universitários já
aderiram ao movimento. Segundo
a reitoria da universidade, a adesão é de 80%.
Os 6.000 servidores da UFBa decidiram também aderir amanhã à
paralisação da entidade.
Depois de 17 anos como professora de inglês da UFBa, Maria
Garrido, 47, trocou o ensino público pela Unifacs (Universidades
Salvador). A Unifacs é uma universidade privada.
"Não recebi nenhum incentivo
financeiro por parte da UFBa depois da minha aposentadoria."
Professora com dedicação exclusiva, Maria Garrido recebe R$
2.100 por mês de aposentadoria. O
seu salário como professora (16
horas por semana) da Unifacs é R$
1.800.
Na UFBa, uma professora que
trabalha 20 horas por semana recebe cerca de R$ 500 por mês.
Com doutorado realizado nos
Estados Unidos, o professor de inglês e literatura Décio Torres
Cruz, 40, também nunca aceitou a
proposta de trabalhar na UFBa em
regime integral. "Recebo apenas
R$ 500 por mês para dar 20 horas
de aulas por semana na UFBa."
Pelo regime de dedicação exclusiva, Décio Cruz receberia R$
1.500 da UFBa por mês.
O professor afirmou não ter
aceito a proposta da UFBa, mas
continua dando aulas em outras
duas universidades.
Na Faculdade Rui Barbosa, Torres recebe também um salário de
R$ 500 por mês.
"Mas acontece que só trabalho
quatro horas por semana", disse.
Como professor da Uneb (Universidade do Estado da Bahia), Torres
ganha mais R$ 500 por mês.
"É inacreditável que o presidente
Fernando Henrique Cardoso, que
foi professor universitário, não faça nada para melhorar a qualidade
do ensino público e estimular os
professores."
Defesa
O reitor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), José
Martins Filho, lança hoje seu
quarto livro, "A Experiência Vivida", coletânea de artigos publicados desde 1994, quando assumiu o
cargo que deixa na próxima segunda-feira.
"Minha bandeira sempre foi a
defesa da universidade pública",
afirmou o reitor.
Martins Filho disse que, depois
de deixar o cargo, voltará a ser
professor na Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Ele disse não ter intenção de ser candidato nas eleições de outubro.
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