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SEM AULA
Prefeitura atrasa
entrega de escolas
de emergência
ANDRÉ MUGGIATI
da Reportagem Local
A Prefeitura de São Paulo ainda não entregou as nove escolas
de madeira que foram prometidas no final de janeiro deste ano,
quando muitos pais se queixavam da falta de vagas na rede pública de ensino.
Para acelerar a construção das
escolas, a prefeitura dispensou
licitação, alegando caráter
"emergencial" para as obras.
Na época, a assessoria de imprensa da secretaria prometeu o
início das obras para o final de
fevereiro e, a conclusão, para o
final de março.
A previsão era de que as crianças pudessem ainda cursar o ano
letivo de 98. O início das aulas
teria um atraso de 40 dias em relação às demais escolas, que seria compensado no final do ano.
Mas, até a última quarta-feira,
pelo menos duas escolas que foram prometidas nem sequer estavam em obras.
As nove escolas de madeira estão localizadas na periferia da cidade, nas zonas sul e leste, em
bairros como Campo Limpo,
Capão Redondo, Guaianases e
São Miguel Paulista.
Além das escolas, foi prometida a construção de 73 salas
emergenciais de madeira, anexas
a escolas já existentes. Segundo a
secretaria, as salas também estão
em construção.
Vagas superestimadas
Na ocasião do anúncio da
construção, a prefeitura informou que haveria a geração de
14.364 vagas.
Esse número também foi superestimado, segundo a Folha
apurou.
Cada escola de madeira deverá
ter cinco salas de aula, totalizando 45 salas. Somadas às 73 salas
que serão construídas junto a
outras escolas, haverá um total
de 118 salas.
Se forem colocados 50 alunos
em cada sala, serão atendidos, ao
todo, 5.900 alunos.
Além das salas de aula, as escolas terão um pátio coberto e secretaria. A cozinha e os banheiros serão de alvenaria.
Quando anunciou a construção das escolas emergenciais de
madeira, a prefeitura disse que
cada uma custaria R$ 150 mil e,
cada sala, R$ 17 mil. O custo total
seria de R$ 2,59 milhões.
Sem aula
Enquanto as escolas não ficam
prontas, centenas de crianças
nas suas imediações continuam
sem aula, como atestam as listas
de espera nas escolas mais próximas.
Em pelo menos três escolas
próximas aos locais onde deverão ficar as escolas emergenciais
de madeira, a reportagem da Folha encontrou cerca de 500 alunos em listas de espera para a
primeira série do primeiro grau.
"Aqui brota criança do chão",
disse Raimundo Silva, vice-diretor da escola estadual Madre
Paulina, em São Miguel Paulista
(zona leste), que não consegue
atender a demanda da região.
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