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TRANSPORTE
Paulo Cezar Barbosa é acusado de mandar matar, em 2001, ex-sindicalista que ontem revelou suposto esquema de propina
Diretor é réu em tentativa de homicídio
CHICO DE GOIS E
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-diretor Marco Antonio
Coutinho Silva, que ontem acusou a atual diretoria do sindicato
dos motoristas e cobradores de
ônibus de cobrar propina para
realizar greves, é o mesmo que
acusou outro diretor da entidade
de mandar matá-lo.
Um dos dez integrantes da atual
diretoria do sindicato, Paulo Cezar Barbosa, 40, conhecido como
Paulão, é acusado de mandar matar Silva, em 2001.
Para isso, Barbosa teria contratado, de acordo com a denúncia
da Promotoria, Sérgio da Silva
Santana e José Raimundo Moreira da Cruz. O processo tramita na
3ª Vara do Júri da Capital.
Segundo testemunhas que já
prestaram depoimento ao juiz
Adalberto José Queiroz Telles de
Camargo Aranha Filho, dias antes
da tentativa de homicídio algumas pessoas teriam comentado
em um ponto de ônibus que "alguém ia matar o Marcos [Silva]".
Dias depois, um Gol verde com
duas pessoas foi visto em frente à
garagem da viação Gatusa, onde
Silva trabalhava. O veículo despertou a atenção das testemunhas
porque permaneceu no local das
4h às 8h.
Em 19 de julho de 2001, quando
Silva, acompanhado de seu amigo
Manoel Reinaldo, chegava à casa
de outro colega, na rua Marcelino
Coelho, no Jardim Ângela, zona
sul, dois homens em um Gol verde dispararam contra eles. As vítimas, entretanto, abaixaram-se e
não foram atingidas.
Silva identificou os dois atiradores e acusou Paulão de ser o mandante do crime. Ele foi detido no
13º DP (Casa Verde), mas solto
em novembro de 2002. Hoje, responde o processo em liberdade.
Procurado pela Folha, ele não respondeu aos pedidos de entrevista.
Para o promotor Renato Fernando Casemiro, o crime teria sido motivado por uma disputa sindical. Paulão era suplente na
diretoria e passou a ocupar a vaga
de Silva, que acabou expulso da
entidade porque teria descumprido orientação da diretoria nas negociações do 13º salário.
Mais casos
Sem a gravidade da acusação de
tentativa de homicídio, outros diretores do sindicato também tiveram problemas com a Justiça.
Dois chegaram a ser condenados
nas décadas de 70 e 80 -um por
receptação e outro por furto, mas
a pena prescreveu.
Outros cinco já foram indiciados por apropriação indébita,
atentado contra a segurança de
serviço de utilidade pública e até
mesmo estupro. Todos foram absolvidos ou tiveram seus processos arquivados.
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