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São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 2003

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TRANSPORTE

Paulo Cezar Barbosa é acusado de mandar matar, em 2001, ex-sindicalista que ontem revelou suposto esquema de propina

Diretor é réu em tentativa de homicídio

CHICO DE GOIS E
ALENCAR IZIDORO

DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-diretor Marco Antonio Coutinho Silva, que ontem acusou a atual diretoria do sindicato dos motoristas e cobradores de ônibus de cobrar propina para realizar greves, é o mesmo que acusou outro diretor da entidade de mandar matá-lo.
Um dos dez integrantes da atual diretoria do sindicato, Paulo Cezar Barbosa, 40, conhecido como Paulão, é acusado de mandar matar Silva, em 2001.
Para isso, Barbosa teria contratado, de acordo com a denúncia da Promotoria, Sérgio da Silva Santana e José Raimundo Moreira da Cruz. O processo tramita na 3ª Vara do Júri da Capital.
Segundo testemunhas que já prestaram depoimento ao juiz Adalberto José Queiroz Telles de Camargo Aranha Filho, dias antes da tentativa de homicídio algumas pessoas teriam comentado em um ponto de ônibus que "alguém ia matar o Marcos [Silva]".
Dias depois, um Gol verde com duas pessoas foi visto em frente à garagem da viação Gatusa, onde Silva trabalhava. O veículo despertou a atenção das testemunhas porque permaneceu no local das 4h às 8h.
Em 19 de julho de 2001, quando Silva, acompanhado de seu amigo Manoel Reinaldo, chegava à casa de outro colega, na rua Marcelino Coelho, no Jardim Ângela, zona sul, dois homens em um Gol verde dispararam contra eles. As vítimas, entretanto, abaixaram-se e não foram atingidas.
Silva identificou os dois atiradores e acusou Paulão de ser o mandante do crime. Ele foi detido no 13º DP (Casa Verde), mas solto em novembro de 2002. Hoje, responde o processo em liberdade. Procurado pela Folha, ele não respondeu aos pedidos de entrevista.
Para o promotor Renato Fernando Casemiro, o crime teria sido motivado por uma disputa sindical. Paulão era suplente na diretoria e passou a ocupar a vaga de Silva, que acabou expulso da entidade porque teria descumprido orientação da diretoria nas negociações do 13º salário.

Mais casos
Sem a gravidade da acusação de tentativa de homicídio, outros diretores do sindicato também tiveram problemas com a Justiça. Dois chegaram a ser condenados nas décadas de 70 e 80 -um por receptação e outro por furto, mas a pena prescreveu.
Outros cinco já foram indiciados por apropriação indébita, atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública e até mesmo estupro. Todos foram absolvidos ou tiveram seus processos arquivados.


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