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ADMINISTRAÇÃO
Para JilmarTatto, problema não é causado por obras, mas por falta de fiscalização da PM e reativação da economia
Secretário reconhece piora no trânsito
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário dos Transportes da
administração Marta Suplicy
(PT), Jilmar Tatto, admitiu ontem
que houve uma piora em 2004 nas
condições do trânsito da cidade
de São Paulo -embora a CET
(Companhia de Engenharia de
Tráfego) e seus indicadores oficiais apontem uma situação diferente nos últimos meses.
Tatto evitou relacionar, porém,
a elevação dos congestionamentos à série de obras da gestão petista. Diz que a piora se deve principalmente ao "aquecimento da
economia" -que levaria os motoristas a sair mais de casa- e à
falta de fiscalização da PM -que
é responsável por retirar das ruas
os veículos em más condições.
"É errado, não é honesto falar
que piorou por causa das obras.
Elas criam um transtorno localizado", afirma Tatto. O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro
caiu 0,2% no ano passado.
O secretário admitiu que houve
mudanças na medição de engarrafamentos feita pela CET, mas
preferiu não comentar se elas afetam os índices que são divulgados
oficialmente sob a alegação de
que ainda não os tinha analisado.
Tatto prometeu divulgar, no final desta semana ou no começo
da próxima, os dados pedidos sobre as médias de lentidão e de velocidade média na capital paulista, postos de medição desativados
pela CET e câmeras quebradas.
Conforme publicou a Folha em
sua edição de ontem, a demissão
de funcionários, a quebra de aparelhos e a extinção de PACs (Postos Avançados de Campo), que
são as principais formas de aferir
os engarrafamentos, têm levado à
queda dos indicadores oficiais,
enquanto há piora real na fluidez.
A reportagem tenta há três meses obter dados da CET que dimensionassem essa situação, tendo enviado ofício no dia 23 de
abril a Tatto e ao presidente da
companhia, Dernal Oliveira Santos, sem receber respostas.
Ontem Tatto atendeu a Folha e
afirmou não haver nenhuma
proibição para a divulgação das
informações. Ele alegou problemas burocráticos internos para
não ter atendido às solicitações.
Segundo ele, os critérios de medição sofreram mudanças "porque a cidade é dinâmica". O secretário alegou ter havido corte na
quantidade de PACs -que já foram 50 e hoje não chegam a 35-
porque alguns funcionários, que
costumavam atuar com binóculos em cima de prédios, passaram
a trabalhar nas ruas, de onde também poderiam passar informações sobre os engarrafamentos.
Tatto nega ter havido um sucateamento da CET. Diz que houve
uma "reformulação". Alega que
"nesta gestão foram comprados
50 carros" e que "foram incorporados novos profissionais no processo de educação do trânsito"
-referência aos beneficiados em
programas sociais da prefeitura,
que acabam atuando em atividades como a distribuição de panfletos educativos a motoristas.
A Secretaria da Segurança Pública informou que, em 2003, a
PM fez 7,2 milhões de vistorias
em veículos no Estado. Afirmou
ainda que, em 2004, a PM já
apreendeu 14.698 documentos irregulares e 12.839 veículos.
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