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TRÁFEGO
Congestionamento às 9h, 9 km acima do normal, também foi influenciado pelo rompimento de um cabo de trólebus no centro
Incêndios em 2 carros param trânsito em SP
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
Dois veículos que pegaram fogo
em áreas movimentadas da capital e um problema na linha de trólebus no centro deixaram o trânsito de São Paulo caótico ontem.
Uma kombi ficou em chamas às
7h30 na ponte Cidade Jardim (zona oeste), sentido centro, e um
Siena pegou fogo no túnel Ayrton
Senna (na avenida 23 de Maio, zona sul), sentido bairro, às 9h15.
Não houve vítimas.
O índice de congestionamento
chegou a 132 km às 9h -a quarta
maior lentidão do ano no período
da manhã. A média para o horário é de 123 km.
A bancária Manu Bacaicoa, 26,
que dirigia o Siena ano 2004, disse
que o seu carro desligou pouco
tempo depois de ter entrado no
túnel -que ficou interditado por
uma hora e 20 minutos. "Encostei
o carro e dei partida novamente.
Em dois segundos, ele desligou
sozinho de novo. Foi aí que comecei a ver água esguichando no pára-brisa e a fumaça saindo do capô." Alguns taxistas e motoqueiros pararam para tentar apagar o
incêndio com seus extintores,
mas não conseguiram. Bacaicoa
pegou carona com um taxista e
saiu do túnel. O fogo só foi apagado pelos bombeiros às 10h.
O carro, movido a gás, ficou
destruído, com exceção da parte
traseira, onde está o cilindro de
gás. O marido de Manu, Celso
Luís, 29, disse que vai aguardar o
resultado da perícia do seguro para saber o motivo do incêndio. Ele
comprou o carro há um mês,
quando foi feita a revisão. O túnel
ficou interditado até as 10h39. Segundo a CET, a equipe teve de esperar os bombeiros terminarem o
trabalho no local para retirar o
carro com um guincho. A CET
não soube responder por que os
dois veículos se incendiaram.
O presidente do sindicato que
representa os empregados do sistema viário de São Paulo, Luiz
Antonio Queiroz, diz que a CET
tem problemas de estrutura, o
que leva a uma demora maior para o atendimento de ocorrências.
Queiroz cita o quadro de pessoal para exemplificar o problema: em 1991, quando a cidade tinha cerca de 3 milhões de veículos, 2.000 funcionários trabalhavam nas ruas; atualmente, com
uma frota perto dos 6 milhões, o
número de agentes caiu para
1.300. Queiroz afirma que ocorrências em túneis são mais problemáticas, pois muitas câmeras
de monitoramento estão quebradas. "No Ayrton Senna, por
exemplo, temos a informação de
que a câmara da entrada e a da
saída estão quebradas. Por causa
disso, a CET demora mais para
detectar os problemas."
A companhia respondeu que a
manutenção dos equipamentos
nos túneis é responsabilidade da
Secretaria Municipal de Infra-Estrutura Urbana e que a informou
sobre as câmeras quebradas.
"Ressaltamos que, tão logo a CET
percebeu o incêndio no veículo
no túnel Ayrton Senna, acionou o
sistema de incêndio do túnel, que
funcionou perfeitamente", diz
nota oficial da CET.
Por volta das 19h, os motoristas
voltaram a enfrentar complicações na avenida 23 de Maio. Por
13 minutos, os integrantes da
Educafro, ONG ligada ao movimento negro, fechou o trânsito da
avenida, no sentido aeroporto,
para lembrar a Abolição da Escravatura. A intenção dos organizadores era exigir cotas nas universidades para negros. Depois de liberarem a 23 de Maio, os manifestantes seguiram para o largo São
Francisco onde continuaram o
protesto.
Trólebus
No centro da cidade, o trânsito
também ficou complicado. No
cruzamento da rua Roberto Simonsen com a rua Venceslau
Bras, após a passagem de um trólebus na curva, às 7h48, o cabo se
rompeu e houve um curto-circuito. No total, cem metros de fiação
foram queimados. O problema só
foi resolvido às 13h25.
Segundo a Eletropaulo, a demora no conserto ocorreu porque os
fios queimados tiveram de ser
substituídos. Pelo menos seis linhas de ônibus que passam pela
região foram prejudicadas.
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