São Paulo, sábado, 13 de maio de 2006

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TRÁFEGO

Congestionamento às 9h, 9 km acima do normal, também foi influenciado pelo rompimento de um cabo de trólebus no centro

Incêndios em 2 carros param trânsito em SP

DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"

Dois veículos que pegaram fogo em áreas movimentadas da capital e um problema na linha de trólebus no centro deixaram o trânsito de São Paulo caótico ontem.
Uma kombi ficou em chamas às 7h30 na ponte Cidade Jardim (zona oeste), sentido centro, e um Siena pegou fogo no túnel Ayrton Senna (na avenida 23 de Maio, zona sul), sentido bairro, às 9h15. Não houve vítimas.
O índice de congestionamento chegou a 132 km às 9h -a quarta maior lentidão do ano no período da manhã. A média para o horário é de 123 km.
A bancária Manu Bacaicoa, 26, que dirigia o Siena ano 2004, disse que o seu carro desligou pouco tempo depois de ter entrado no túnel -que ficou interditado por uma hora e 20 minutos. "Encostei o carro e dei partida novamente. Em dois segundos, ele desligou sozinho de novo. Foi aí que comecei a ver água esguichando no pára-brisa e a fumaça saindo do capô." Alguns taxistas e motoqueiros pararam para tentar apagar o incêndio com seus extintores, mas não conseguiram. Bacaicoa pegou carona com um taxista e saiu do túnel. O fogo só foi apagado pelos bombeiros às 10h.
O carro, movido a gás, ficou destruído, com exceção da parte traseira, onde está o cilindro de gás. O marido de Manu, Celso Luís, 29, disse que vai aguardar o resultado da perícia do seguro para saber o motivo do incêndio. Ele comprou o carro há um mês, quando foi feita a revisão. O túnel ficou interditado até as 10h39. Segundo a CET, a equipe teve de esperar os bombeiros terminarem o trabalho no local para retirar o carro com um guincho. A CET não soube responder por que os dois veículos se incendiaram.
O presidente do sindicato que representa os empregados do sistema viário de São Paulo, Luiz Antonio Queiroz, diz que a CET tem problemas de estrutura, o que leva a uma demora maior para o atendimento de ocorrências.
Queiroz cita o quadro de pessoal para exemplificar o problema: em 1991, quando a cidade tinha cerca de 3 milhões de veículos, 2.000 funcionários trabalhavam nas ruas; atualmente, com uma frota perto dos 6 milhões, o número de agentes caiu para 1.300. Queiroz afirma que ocorrências em túneis são mais problemáticas, pois muitas câmeras de monitoramento estão quebradas. "No Ayrton Senna, por exemplo, temos a informação de que a câmara da entrada e a da saída estão quebradas. Por causa disso, a CET demora mais para detectar os problemas."
A companhia respondeu que a manutenção dos equipamentos nos túneis é responsabilidade da Secretaria Municipal de Infra-Estrutura Urbana e que a informou sobre as câmeras quebradas. "Ressaltamos que, tão logo a CET percebeu o incêndio no veículo no túnel Ayrton Senna, acionou o sistema de incêndio do túnel, que funcionou perfeitamente", diz nota oficial da CET.
Por volta das 19h, os motoristas voltaram a enfrentar complicações na avenida 23 de Maio. Por 13 minutos, os integrantes da Educafro, ONG ligada ao movimento negro, fechou o trânsito da avenida, no sentido aeroporto, para lembrar a Abolição da Escravatura. A intenção dos organizadores era exigir cotas nas universidades para negros. Depois de liberarem a 23 de Maio, os manifestantes seguiram para o largo São Francisco onde continuaram o protesto.

Trólebus
No centro da cidade, o trânsito também ficou complicado. No cruzamento da rua Roberto Simonsen com a rua Venceslau Bras, após a passagem de um trólebus na curva, às 7h48, o cabo se rompeu e houve um curto-circuito. No total, cem metros de fiação foram queimados. O problema só foi resolvido às 13h25.
Segundo a Eletropaulo, a demora no conserto ocorreu porque os fios queimados tiveram de ser substituídos. Pelo menos seis linhas de ônibus que passam pela região foram prejudicadas.


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