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EDUCAÇÃO
Exigência do Tribunal de Contas da União causou o problema que afeta quase 20% dos mestrandos e doutorandos
MEC atrasa o pagamento de 5.505 bolsas
SIMONE HARNIK
DA REPORTAGEM LOCAL
O pagamento das bolsas de
mestrado e doutorado da Capes
(Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) de 5.505 estudantes de 12
instituições de ensino de todo o
país está atrasado. O problema, de
acordo com o órgão do Ministério
da Educação, foi uma alteração
nos convênios que impediu o repasse de verbas.
Segundo a assessoria da Capes,
o repasse do dinheiro para as instituições de ensino será feito na
próxima terça-feira. Os estudantes deverão receber no dia seguinte. A Capes afirma que a atualização nos convênios (que eram de
2000) foi uma exigência do Tribunal de Contas da União e que o último atraso aconteceu em 2003.
Atualmente, existem 28 mil bolsistas. As bolsas têm valores de R$
855 para mestrado e de R$ 1.267
para doutorado e deveriam ter sido repassadas no quinto dia útil
do mês. No entanto, até agora os
estudantes não receberam.
"A gente faz pesquisa. Se parar,
pára o desenvolvimento do país",
indigna-se Carly de Faria Coelho,
26, aluna do programa de doutorado em farmacologia no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo. Só na
USP, outros 3.060 estudantes estão nas mesmas condições.
"Estou começando a ficar endividada, porque o bolsista tem de
ter dedicação exclusiva. Não tenho outra fonte de renda", diz.
Analice Dias, 27, aluna de mestrado no mesmo instituto, dependia do dinheiro para fazer a mudança de Santos (no litoral paulista) para São Paulo.
"A gente trabalha sábado, domingo e feriado e não tem honorário extra. A bolsa devia cair pelo
menos no dia certo. A gente conta
com esse dinheiro. É pouco e nem
isso tem", afirma Analice.
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