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DIVERSIDADE
Acordo prevê multa de R$ 30 mil em caso de descumprimento
Parada Gay terá de deixar a Paulista antes das 20h
FRANCISCO FIGUEIREDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A Parada do Orgulho Gay deste
ano, marcada para 17 de junho,
terá que desocupar a avenida
Paulista antes das 20h, segundo
acordo assinado ontem entre a
Prefeitura de São Paulo, o Ministério Público e a associação organizadora do evento, que, no ano
passado, chegou a reunir 2 milhões de pessoas.
O TAC (Termo de Ajustamento
de Conduta) também determina
que a parada seja realizada em outro local -ainda não definido-
a partir do próximo ano.
Outros eventos que costumam
utilizar a avenida, como a festa de
Primeiro de Maio da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a
Marcha para Jesus, também devem deixar a Paulista a partir do
ano que vem. Negociada pelo Ministério Público, a mudança atende a pedidos de moradores da região e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).
Inicialmente, o promotor responsável pelo TAC, José Carlos de
Freitas, propôs que a parada deixasse a avenida até as 18h. Para
não perder o direito de organizar
o evento, a APOGLBT (Associação da Parada do Orgulho de
Gays, Lésbicas, Bissexuais e
Transgêneros) decidiu negociar o
horário de término na Paulista.
Em 2005, segundo o presidente
da APOGLBT, Nelson Matias Pereira, a parte final da manifestação só desceu em direção à praça
Roosevelt, no centro da cidade,
por volta das 22h.
A décima edição da parada está
programada para um sábado.
Desde 1997, o evento só ocorria
aos domingos. O motivo da alteração, diz Freitas, é que, no dia 18,
a Seleção Brasileira realiza seu segundo jogo na Copa da Alemanha, enfrentando a Austrália.
Um dia triste
"Este não é um dia feliz. Nós estamos assinando pela necessidade de fazer a parada neste ano",
disse a vice-presidente da
APOGLBT, Regina Facchini.
Para o militante Beto de Jesus, a
cláusula mais preocupante é a que
prevê o pagamento de multa de
R$ 30 mil pela associação caso algum item do acordo seja descumprido. Ele teme a infiltração de
pessoas interessadas em destruir
a imagem da parada. "[O TAC]
pode animar pessoas a fazer atos
de vandalismo que comprometam um movimento que sempre
foi marcado pela harmonia, e pela
alegria", disse.
O presidente da São Paulo Turismo -empresa ligada à prefeitura-, Caio Luiz de Carvalho,
reafirmou durante a cerimônia a
importância econômica do evento para a cidade. A parada do orgulho gay de São Paulo é considerada a maior manifestação do gênero no mundo.
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