São Paulo, sábado, 13 de maio de 2006

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DIVERSIDADE

Acordo prevê multa de R$ 30 mil em caso de descumprimento

Parada Gay terá de deixar a Paulista antes das 20h

FRANCISCO FIGUEIREDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Parada do Orgulho Gay deste ano, marcada para 17 de junho, terá que desocupar a avenida Paulista antes das 20h, segundo acordo assinado ontem entre a Prefeitura de São Paulo, o Ministério Público e a associação organizadora do evento, que, no ano passado, chegou a reunir 2 milhões de pessoas.
O TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) também determina que a parada seja realizada em outro local -ainda não definido- a partir do próximo ano.
Outros eventos que costumam utilizar a avenida, como a festa de Primeiro de Maio da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Marcha para Jesus, também devem deixar a Paulista a partir do ano que vem. Negociada pelo Ministério Público, a mudança atende a pedidos de moradores da região e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).
Inicialmente, o promotor responsável pelo TAC, José Carlos de Freitas, propôs que a parada deixasse a avenida até as 18h. Para não perder o direito de organizar o evento, a APOGLBT (Associação da Parada do Orgulho de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros) decidiu negociar o horário de término na Paulista.
Em 2005, segundo o presidente da APOGLBT, Nelson Matias Pereira, a parte final da manifestação só desceu em direção à praça Roosevelt, no centro da cidade, por volta das 22h.
A décima edição da parada está programada para um sábado. Desde 1997, o evento só ocorria aos domingos. O motivo da alteração, diz Freitas, é que, no dia 18, a Seleção Brasileira realiza seu segundo jogo na Copa da Alemanha, enfrentando a Austrália.

Um dia triste
"Este não é um dia feliz. Nós estamos assinando pela necessidade de fazer a parada neste ano", disse a vice-presidente da APOGLBT, Regina Facchini.
Para o militante Beto de Jesus, a cláusula mais preocupante é a que prevê o pagamento de multa de R$ 30 mil pela associação caso algum item do acordo seja descumprido. Ele teme a infiltração de pessoas interessadas em destruir a imagem da parada. "[O TAC] pode animar pessoas a fazer atos de vandalismo que comprometam um movimento que sempre foi marcado pela harmonia, e pela alegria", disse.
O presidente da São Paulo Turismo -empresa ligada à prefeitura-, Caio Luiz de Carvalho, reafirmou durante a cerimônia a importância econômica do evento para a cidade. A parada do orgulho gay de São Paulo é considerada a maior manifestação do gênero no mundo.


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