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Policiais são suspeitos de exigir dinheiro do furto ao BC
Augusto Peña e José Roberto Araújo são suspeitos de achacar acusado de planejar crime
Polícia paulista e PF apuram suspeita da ex-mulher de Peña de que eles exigiram dinheiro para não prender irmão de um dos assaltantes
ROGÉRIO PAGNAN
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Diretoria de Inteligência
da Polícia Federal e a Corregedoria da Polícia Civil de São
Paulo investigam se os policiais
Augusto Peña e José Roberto
Araújo exigiram parte dos R$
164,7 milhões furtados do Banco Central de Fortaleza, em
agosto de 2005, para que o irmão de um dos acusados pelo
maior furto da história do Brasil não fosse preso.
Peña e Araújo foram indiciados ontem pela corregedoria
sob a acusação de extorquir
mediante seqüestro, em março
de 2005, R$ 300 mil para não
prender Rodrigo Olivatto de
Morais, 28, enteado de Marco
Willians Herbas Camacho, o
Marcola, tido pela polícia como
chefe da facção criminosa PCC
(Primeiro Comando da Capital). Peña e Araújo negam.
Os dois também foram indiciados por corrupção, acusados
de vender, por R$ 40 mil, a fuga
de um traficante -a fuga não se
concretizou e resultou num
ataque do PCC à delegacia de
Suzano em abril de 2006. Sete
pessoas morreram na ocasião.
De acordo com a ex-mulher
de Peña, Regina Célia Lemes de
Carvalho, o policial é amigo do
advogado Lauro Malheiros Neto, que deixou na semana passada o cargo de secretário-adjunto da Segurança Pública. Segundo ela, Peña dava dinheiro a
Malheiros Neto para que ele o
protegesse dentro da polícia.
Malheiros Neto nega as acusações e diz que só trabalhou
com Peña quando era delegado
da polícia e que o escritório de
advocacia de sua família atuou
em duas causas cíveis para o
policial, preso em 30 de abril.
A suspeita de que Peña e
Araújo receberam parte do dinheiro furtado do BC de Fortaleza foram levantadas por Regina Célia e são baseadas em informações de arquivos que ela
extraiu do computador pessoal
do policial e repassou para o
Gaerco (Grupo de Atuação Especial Regional de Combate e
Repressão ao Crime Organizado), do Ministério Público de
Guarulhos (Grande São Paulo).
Em um dos quase 200 CDs
gravados por ela há fotos descritas como de Moisés Teixeira
da Silva, o "Cabelo", e que consta na lista da procurados da polícia. Segundo a PF, Moisés foi
um dos mentores do furto ao
BC ao lado de Antônio Jussivan
Alves dos Santos, o Alemão, 41,
preso em março.
Regina Célia sustenta que o
ex-marido exigiu R$ 40 mil e
mais dois carros (Corolla e Gol)
para não prender Jairo Teixeira da Silva, irmão de Moisés e
que, supostamente, era envolvido com o furto e roubo de carros na região de Suzano. Peña e
Araújo trabalharam na cidade.
Nos arquivos entregues por
Regina Célia à Promotoria,
existem fotos dos dois irmãos.
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