São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 2008

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Policiais são suspeitos de exigir dinheiro do furto ao BC

Augusto Peña e José Roberto Araújo são suspeitos de achacar acusado de planejar crime

Polícia paulista e PF apuram suspeita da ex-mulher de Peña de que eles exigiram dinheiro para não prender irmão de um dos assaltantes

ROGÉRIO PAGNAN
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

A Diretoria de Inteligência da Polícia Federal e a Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo investigam se os policiais Augusto Peña e José Roberto Araújo exigiram parte dos R$ 164,7 milhões furtados do Banco Central de Fortaleza, em agosto de 2005, para que o irmão de um dos acusados pelo maior furto da história do Brasil não fosse preso.
Peña e Araújo foram indiciados ontem pela corregedoria sob a acusação de extorquir mediante seqüestro, em março de 2005, R$ 300 mil para não prender Rodrigo Olivatto de Morais, 28, enteado de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, tido pela polícia como chefe da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Peña e Araújo negam.
Os dois também foram indiciados por corrupção, acusados de vender, por R$ 40 mil, a fuga de um traficante -a fuga não se concretizou e resultou num ataque do PCC à delegacia de Suzano em abril de 2006. Sete pessoas morreram na ocasião.
De acordo com a ex-mulher de Peña, Regina Célia Lemes de Carvalho, o policial é amigo do advogado Lauro Malheiros Neto, que deixou na semana passada o cargo de secretário-adjunto da Segurança Pública. Segundo ela, Peña dava dinheiro a Malheiros Neto para que ele o protegesse dentro da polícia.
Malheiros Neto nega as acusações e diz que só trabalhou com Peña quando era delegado da polícia e que o escritório de advocacia de sua família atuou em duas causas cíveis para o policial, preso em 30 de abril.
A suspeita de que Peña e Araújo receberam parte do dinheiro furtado do BC de Fortaleza foram levantadas por Regina Célia e são baseadas em informações de arquivos que ela extraiu do computador pessoal do policial e repassou para o Gaerco (Grupo de Atuação Especial Regional de Combate e Repressão ao Crime Organizado), do Ministério Público de Guarulhos (Grande São Paulo).
Em um dos quase 200 CDs gravados por ela há fotos descritas como de Moisés Teixeira da Silva, o "Cabelo", e que consta na lista da procurados da polícia. Segundo a PF, Moisés foi um dos mentores do furto ao BC ao lado de Antônio Jussivan Alves dos Santos, o Alemão, 41, preso em março.
Regina Célia sustenta que o ex-marido exigiu R$ 40 mil e mais dois carros (Corolla e Gol) para não prender Jairo Teixeira da Silva, irmão de Moisés e que, supostamente, era envolvido com o furto e roubo de carros na região de Suzano. Peña e Araújo trabalharam na cidade.
Nos arquivos entregues por Regina Célia à Promotoria, existem fotos dos dois irmãos.


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