|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RIO GRANDE DO SUL
Documentos mostram situação precária de clínica em Guaíba
MATHEUS PICHONELLI
DA AGÊNCIA FOLHA
Alimentos deteriorados,
rato em farmácia improvisada, medicamentos sem receita médica e relatos de castigos contra pacientes que tentavam fugir.
A situação é descrita em
relatório da Polícia Civil e do
Ministério Público do Rio
Grande do Sul, feito após vistoria em unidade da clínica
Associação Terapêutica
Cristã, a "Cidade do Refúgio", em Guaíba (Grande
Porto Alegre).
Pacientes que passaram
pelo centro de reabilitação
para dependentes químicos
que atendia 335 pessoas confirmam a situação.
O diretor do instituto, pastor Tarcílio Quirino, foi preso na última sexta-feira sob
suspeita de manter pacientes em cárcere privado.
Em uma "farmácia" improvisada no instituto, policiais encontraram caixas
com alimentos deteriorados.
Dentro de um armário, havia
um balde com medicamentos sem receita.
Banheiros ficavam fechados durante o dia. Nesse período, os pacientes deveriam
usar uma fossa localizada na
área externa.
Mesmo assim, há quem
aprove os métodos usados na
clínica. O pai de um paciente
ouvido pela reportagem elogiou o centro. Disse que o filho passou 23 dias lá e voltou
"mudado". Segundo ele, o jovem, de 23 anos, era viciado
em crack e já havia roubado.
"Hoje está bem, gordinho.
Nem cigarro fuma. Acorda
cedo, trabalha e lê a Bíblia."
Segundo ele, o filho relatou que castigos eram comuns no local. "Eu dou
apoio. Se não for rígido, não
adianta."
A advogada da instituição,
Andréa Fioravante, afirmou
ontem que não poderia se
pronunciar sobre os relatos
porque não teve acesso ao relatório. "Tínhamos 180 dias
para regularizar a situação e
o Ministério Público, unilateralmente, rompeu o acordo e as clínicas foram interditadas."
Texto Anterior: Acidente: Van escolar sem licença bate em ônibus e mata 2 em Niterói Próximo Texto: Mortes Índice
|