São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 2008

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RIO GRANDE DO SUL

Documentos mostram situação precária de clínica em Guaíba

MATHEUS PICHONELLI
DA AGÊNCIA FOLHA

Alimentos deteriorados, rato em farmácia improvisada, medicamentos sem receita médica e relatos de castigos contra pacientes que tentavam fugir.
A situação é descrita em relatório da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio Grande do Sul, feito após vistoria em unidade da clínica Associação Terapêutica Cristã, a "Cidade do Refúgio", em Guaíba (Grande Porto Alegre).
Pacientes que passaram pelo centro de reabilitação para dependentes químicos que atendia 335 pessoas confirmam a situação.
O diretor do instituto, pastor Tarcílio Quirino, foi preso na última sexta-feira sob suspeita de manter pacientes em cárcere privado.
Em uma "farmácia" improvisada no instituto, policiais encontraram caixas com alimentos deteriorados. Dentro de um armário, havia um balde com medicamentos sem receita.
Banheiros ficavam fechados durante o dia. Nesse período, os pacientes deveriam usar uma fossa localizada na área externa.
Mesmo assim, há quem aprove os métodos usados na clínica. O pai de um paciente ouvido pela reportagem elogiou o centro. Disse que o filho passou 23 dias lá e voltou "mudado". Segundo ele, o jovem, de 23 anos, era viciado em crack e já havia roubado. "Hoje está bem, gordinho. Nem cigarro fuma. Acorda cedo, trabalha e lê a Bíblia."
Segundo ele, o filho relatou que castigos eram comuns no local. "Eu dou apoio. Se não for rígido, não adianta."
A advogada da instituição, Andréa Fioravante, afirmou ontem que não poderia se pronunciar sobre os relatos porque não teve acesso ao relatório. "Tínhamos 180 dias para regularizar a situação e o Ministério Público, unilateralmente, rompeu o acordo e as clínicas foram interditadas."


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