São Paulo, quarta-feira, 13 de maio de 2009

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Avaliação não deve ser feita no "varejo", diz Serra

Governador disse que o ideal é avaliar o trabalho feito ao longo do mandato

"No atacado, as grandes metas estão sendo bastante preenchidas", afirmou; usando cálculo diferente, assessoria diz que 80% foram cumpridas

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador José Serra (PSDB) questionou ontem o balanço de um ano do Plano Plurianual como instrumento de avaliação da administração.
Segundo ele, como alguns programas enfrentam obstáculos -inclusive burocráticos- antes de deslanchar, o ideal é avaliar um trabalho desenvolvido ao longo do mandato.
"O PPA não é um termômetro. Porque [a execução de obras] não é linear. Tem que ver o andamento do conjunto do comboio. Não só de uma carruagem", disse o governador.
Serra listou ações em ritmo mais acelerado do que o previamente programado, como Rodoanel, Fatecs e estradas vicinais. Ele afirmou que "no atacado, as grandes metas estão sendo bastante preenchidas".
"No varejo, sempre se encontra lugar em que a meta não foi atingida. Mas tem que olhar para o atacado. Ninguém governa o futuro no detalhe", afirmou.
A assessoria de imprensa de Serra utilizou um cálculo diferente do usado pela Folha para computar as metas atingidas pelo governo. Considerou o quanto foi atingido de cada meta, mesmo que parcialmente.
Nessa média ponderada, chegou ao número de 80,4% de objetivos cumpridos. "Considerando-se cada ação individualmente (sem média ponderada; média simples), 72,5% delas tiveram atingimento superior a 80%", diz a nota oficial.
A assessoria ainda afirmou que, entre as metas, há aquelas prioritárias, que vêm recebendo atenção especial da gestão.
O secretário de Planejamento, Francisco Luna, reafirmou a intenção de investimentos de R$ 20,6 bilhões neste ano.
Mantido o mesmo patamar no ano que vem, Serra terá investido R$ 65,7 bilhões em quatro anos, 160% a mais do que de 2003 e 2006, disse ele.

Investimentos
Segundo dados do Orçamento, no governo do antecessor de Serra e hoje integrante da equipe do governador, o também tucano Geraldo Alckmin, a soma de investimentos foi de R$ 25,7 bilhões. A gestão Serra investiu R$ 24,5 bilhões em dois anos. Até 2010, pretende investir mais R$ 42,2 bilhões.
Luna afirmou que, em alguns casos, os embaraços burocráticos fazem com o que o governo redirecione recursos para outros programas. Mas que, ao final do governo, as metas estarão cumpridas. "Andar pelo Estado e dizer que o governo não está investindo é um absurdo."
Luna explica que, em alguns casos, os embaraços burocráticos fazem com o que o governo redirecione recursos para outros programas. Mas que, ao final do governo, as metas do PPA estarão cumpridas.
Ele afirma que obras como as das linhas amarela e verde do Metrô esbarraram em problemas no ano passado, mas seguem ritmo acelerado este ano.
Com relação ao Metrô, o governo diz que as obras da Linha 4-Amarela e da Linha 2-Verde "não estão atrasadas", mas de acordo com o cronograma atual, que foi refeito após atrasos em desapropriações.
"A meta é emprego, investimento e melhoria da qualidade do serviço público", disse Luna.
Na área que menos cumpriu metas, a da administração penitenciária, a gestão Serra diz que vai realizar durante este ano o que não foi possível em 2008. Cita como entraves enfrentados no ano passado problemas na legalização de imóveis, como desapropriações e licenças ambientais.


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