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VIOLÊNCIA NO RIO
Policial acha difícil que os três tiros tenham sido dados pelo sequestrador; resultado da perícia será divulgado hoje
Garotinho não sabe quem matou refém /B>
DA SUCURSAL DO RIO
O governador do Rio, Anthony
Garotinho, e o comandante do
Bope (Batalhão de Operações Especiais da PM), coronel José Penteado, reconheceram ontem à
noite que não tinham como precisar de onde partiram os três tiros
que mataram a refém Geísa Firmo
Gonçalves -se dos policiais ou
do próprio sequestrador.
"Não tenho como lhe afirmar isso", disse Garotinho. "Não saberia responder", disse o coronel. O
governador prometeu que o resultado da perícia para esclarecer
essa dúvida sai hoje de manhã.
O presidente do Sindicato dos
Delegados de Polícia Civil, Pedro
Paulo Pontes de Pinho, disse à Folha não acreditar que os três tiros
que vitimaram Geísa tenham partido do revólver do criminoso,
uma pistola calibre 38 com tambor de seis balas.
Para o delegado, é possível, "em
tese", que o homem tenha atirado
três vezes contra a jovem que usava como escudo, mas a experiência policial mostra que essa possibilidade é pequena.
Mesmo baleado, o criminoso
poderia ter disparado uma vez,
mas não mais duas vezes, segundo Pontes de Pinho.
"Muitos PMs se aproximaram
dele, para abafá-lo. Provavelmente, um dos policiais foi direto na
arma do bandido, até para que ele
não disparasse contra os PMs.
Um dos tiros pode ter partido do
bandido. Os outros dois, não",
afirmou o delegado.
Para o presidente do sindicato,
houve "uma operação completamente equivocada" por parte da
polícia. "Deveria haver apenas
um atirador de elite, que entraria
em ação após o sinal verde do comandante da operação. Depois
do sinal verde, o atirador escolheria o momento certo de agir", disse o delegado.
Antes de sair do ônibus, o sequestrador usou três balas de seu
revólver: uma contra o vidro, outra contra o chão (na simulação
do assassinato de uma refém) e
outra contra um carro de reportagem.
Além de não poder precisar
quem atirou na refém morta, o
governador também não sabia,
ontem à noite, a identidade do
criminoso morto e se ele tinha antecedentes criminais. Não sabia
também quantos tiros o sequestrador levou.
O marido de Geísa, Alexandre
Magno, também é migrante cearense. Em depoimento à 15ª Delegacia de Polícia (Gávea), ele disse
que assistiu ao sequestro pela TV
e depois foi para o local. Alexandre, que é cavalariço do Jockey
Clube, saiu da DP sem falar com a
imprensa.
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