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Aprovada, insulina inalável chega ao Brasil neste ano
O produto é de ação rápida e substitui as três injeções, em média, que os diabéticos tomam antes de fazer as refeições
Colocada em um inalador parecido com o utilizado
nas crises de bronquite, o medicamento (Exubera, da Pfizer) é inalado pela boca
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Anvisa (Agência Nacional
de Vigilância Sanitária) aprovou a primeira insulina inalável, voltada para o tratamento
de diabetes tipos 1 e 2. O produto havia sido autorizado nos
EUA e na Europa e deve chegar
ao mercado brasileiro no segundo semestre.
A insulina em pó (Exubera,
da Pfizer) é de ação rápida e
substitui as três injeções, em
média, que os diabéticos (especialmente do tipo 1) tomam antes das refeições. Eles vão continuar usando a injeção de insulina de longa duração. Aplicada, em geral, duas vezes por
dia, essa insulina é responsável
pela produção de energia. Já a
de curta duração processa a glicose ingerida nas refeições.
Colocada em um inalador parecido com o usado nas crises
de bronquite, a insulina em pó é
inalada pela boca. A substância
é absorvida pelos pulmões e segue para a corrente sangüínea.
Ainda não está definido o valor da nova insulina no Brasil.
Na Europa, o tratamento com
Exubera custa cerca de US$ 5
por dia, dependendo da dosagem usada pelo paciente.
Segundo o endocrinologista
Antonio Roberto Chacra, da
Unifesp (Universidade Federal
de São Paulo), a insulina inalável só poderá ser utilizada por
pessoas acima de 18 anos. "Não
que haja riscos a crianças e adolescentes. A questão é que os
estudos clínicos só envolveram
adultos", explica o médico.
De acordo com a Pfizer, a insulina foi testada em cerca de
2.500 pacientes portadores de
diabetes tipos 1 e 2 -parte deles durante mais de sete anos. A
expectativa da empresa é que,
por se tratar de uma terapia
não-invasiva, a Exubera aumente as chances de início precoce do tratamento, já que muitos pacientes adiam o uso da insulina por causa das injeções.
Para a endocrinologista Maria Ângela Zaccarelli Marino,
da Faculdade de Medicina do
ABC, o preço deverá ser o principal fator limitante no uso da
insulina inalável. "A maioria da
população não terá acesso."
O fato de a insulina vir em envelopes de 1 mg e 3 mg também
pode dificultar a seleção da
quantidade exata de medicamento prescrito, segundo a
médica. "Com a seringa, o paciente conta as marquinhas."
Um miligrama de insulina inalável eqüivale a três unidades
na seringa.
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