São Paulo, terça-feira, 13 de junho de 2006

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Aprovada, insulina inalável chega ao Brasil neste ano

O produto é de ação rápida e substitui as três injeções, em média, que os diabéticos tomam antes de fazer as refeições

Colocada em um inalador parecido com o utilizado nas crises de bronquite, o medicamento (Exubera, da Pfizer) é inalado pela boca


CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou a primeira insulina inalável, voltada para o tratamento de diabetes tipos 1 e 2. O produto havia sido autorizado nos EUA e na Europa e deve chegar ao mercado brasileiro no segundo semestre.
A insulina em pó (Exubera, da Pfizer) é de ação rápida e substitui as três injeções, em média, que os diabéticos (especialmente do tipo 1) tomam antes das refeições. Eles vão continuar usando a injeção de insulina de longa duração. Aplicada, em geral, duas vezes por dia, essa insulina é responsável pela produção de energia. Já a de curta duração processa a glicose ingerida nas refeições.
Colocada em um inalador parecido com o usado nas crises de bronquite, a insulina em pó é inalada pela boca. A substância é absorvida pelos pulmões e segue para a corrente sangüínea.
Ainda não está definido o valor da nova insulina no Brasil. Na Europa, o tratamento com Exubera custa cerca de US$ 5 por dia, dependendo da dosagem usada pelo paciente.
Segundo o endocrinologista Antonio Roberto Chacra, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a insulina inalável só poderá ser utilizada por pessoas acima de 18 anos. "Não que haja riscos a crianças e adolescentes. A questão é que os estudos clínicos só envolveram adultos", explica o médico.
De acordo com a Pfizer, a insulina foi testada em cerca de 2.500 pacientes portadores de diabetes tipos 1 e 2 -parte deles durante mais de sete anos. A expectativa da empresa é que, por se tratar de uma terapia não-invasiva, a Exubera aumente as chances de início precoce do tratamento, já que muitos pacientes adiam o uso da insulina por causa das injeções.
Para a endocrinologista Maria Ângela Zaccarelli Marino, da Faculdade de Medicina do ABC, o preço deverá ser o principal fator limitante no uso da insulina inalável. "A maioria da população não terá acesso."
O fato de a insulina vir em envelopes de 1 mg e 3 mg também pode dificultar a seleção da quantidade exata de medicamento prescrito, segundo a médica. "Com a seringa, o paciente conta as marquinhas." Um miligrama de insulina inalável eqüivale a três unidades na seringa.


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