São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 2008

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Assaltante foi visto um dia antes na Estação Pinacoteca

Segundo policial que investiga roubo das obras, atendentes e monitores viram um dos três ladrões no local anteontem

A polícia acredita que ladrão tenha ido ao local para fazer "reconhecimento" e ter certeza de que as obras estariam em exposição

LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo menos um dos três assaltantes que participaram do roubo das obras esteve um dia antes do crime na Estação Pinacoteca para fazer um trabalho de "reconhecimento" do local, segundo disse à Folha um policial que participa das investigações. A polícia divulgou retratos falados de dois dos suspeitos ontem.
Foram atendentes e monitores da Estação Pinacoteca que disseram à polícia ter visto pelo menos um dos assaltantes no edifício na quarta-feira. A polícia acredita que ele tenha ido ao local para ter certeza de que as obras visadas estariam expostas no dia do assalto.
O Deic (Departamento de Investigações Sobre o Crime organizado) afirmou que não tem indícios da participação de funcionários ou ex-funcionários no crime, mas a hipótese não foi descartada.
As primeiras pistas que a polícia obteve são retratos falados de suspeitos, imagens gravadas pelo circuito de câmeras de segurança do local e impressões digitais recolhidas dentro do museu. Quando algum suspeito for identificado, suas impressões digitais serão comparadas com as recolhidas ontem.
Já as imagens gravadas pelas câmeras de segurança devem ser melhoradas e aproximadas por peritos da polícia, para que seja possível identificar os rostos dos criminosos, segundo o delegado Youssef Abou Chahin, diretor do Deic. Também é tema da investigação o meio utilizado pelos bandidos para fugir. Segundo a polícia, ou eles entraram em um carro que os esperava ou deixaram o local em pelo menos duas motocicletas. Para obter mais pistas, a polícia procura por gravações de câmeras de segurança de edifícios vizinhos que possam ter registrado a fuga.
A procura aos criminosos foi delegada aos policiais da 3ª Delegacia do Patrimônio do Deic, a mesma equipe que recuperou os quadros furtados no Masp. Eles trabalham com a hipótese de que as obras tenham sido encomendadas.
Diferentemente do que aconteceu na investigação do furto das obras do Masp, a Polícia Federal não investigará o caso. Isso porque as obras roubadas não são tombadas pelo patrimônio histórico e cultural. Apesar disso, segundo a Polícia Civil, autoridades em portos e aeroportos já foram notificados, assim como o Conselho Internacional de Museus, que alerta museus e colecionadores a não comprar obras roubadas.


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