ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Professor Soffredi, como costumava ser chamado Carlos Augusto Francisco Soffredi, era um homem enérgico, lembra o filho Roberto, engenheiro civil. Além de ter dado aulas, participou da Revolução Constitucionalista de 1932 e era membro da Associação dos Inventores.
Nascido em Alegrete (RS), veio criança a SP com os pais, de navio -seu tio, um arquiteto que trabalhou na construção do edifício Martinelli, convencera a família a se mudar. Era filho de mãe italiana e pai argentino -com descendência italiana.
Durante os três meses em que São Paulo recorreu às armas contra o governo de Getúlio Vargas, Carlos trabalhou numa fábrica de artefatos bélicos, usados no conflito. "Ele não chegou a ir ao front", conta o filho.
Até 2000 -quando a saúde piorou-, ia a todos os desfiles de 9 de Julho reencontrar os amigos veteranos. Como professor, lembra o filho, deu aulas de mecânica de máquinas na Escola Técnica Getulio Vargas e no Liceu de Artes e Ofícios, além de ter lecionado em Santos (SP) e dirigido uma escola em Adamantina (SP). Aposentou-se como professor.
Já como inventor, trabalhou num projeto de uma escada usada por bombeiros, entre outras criações.
Morreu domingo, aos 90, de insuficiência respiratória. Deixa três filhos, três netos e três bisnetos. A missa de sétimo dia será hoje, às 15h, na paróquia de São Joaquim, no Cambuci, em SP. obituario@grupofolha.com.br


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