São Paulo, domingo, 13 de junho de 2010

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Colisão frontal é acidente mais comum

Choque de veículos contra pontes, muretas e estruturas fixas são um terço das batidas nas rodovias de SP

Para especialistas, fatores como abuso de velocidade e sonolência estão mais presentes nesse tipo de acidente

DE SÃO PAULO

Os choques de veículos contra estruturas fixas, como pontes e defensas metálicas, representam quase um terço dos acidentes nas rodovias estaduais de São Paulo.
Trata-se do tipo mais comum de ocorrência, seguido das colisões traseiras/frontais e colisões laterais/transversais - com 20% cada.
Esse cenário é citado pela Secretaria de Estado dos Transportes como um indicador de que a maioria dos acidentes não está relacionada às condições das estradas, mas à imprudência de motoristas ou defeito do veículo.
Especialistas concordam que fatores como abuso de velocidade e sonolência estão mais presentes nesse tipo de batida. Nem por isso deixam de citar que há falhas geométricas em rodovias.
Um estudo de Sergio Ejzenberg, mestre em engenharia de transportes pela USP, por exemplo, já indicou que os próprios manuais de projetos para a construção de curvas ignoram fatores que levam ao tombamento lateral de caminhões e ônibus.
Em números brutos, os carros são os que mais se acidentam nas estradas, seguidos pelos caminhões. Porém as maiores vítimas são os motociclistas e pedestres -envolvidos em 52% do total dos acidentes em que há feridos.
O governo do Estado afirma que "para a redução de acidentes" desenvolve "campanhas de conscientização com temas específicos, como alcoolemia, direção defensiva, de prevenção de atropelamentos de cuidados com a mecânica do carro".
Diz também que tem investido na construção de muretas e telas de proteção para evitar a passagem de pessoas de um lado ao outro da rodovia e na construção de passarelas -47 desde 2008.
A partir da redução do número de acidentes com motoristas sob efeito de álcool, a interpretação do Estado é de que os usuários estão mais conscientes após a lei seca. Assim, indica que a elevação dos acidentes neste ano se deve a outros fatores.
Ele diz que, de janeiro a maio, os condutores alcoolizados envolvidos em acidentes com vítimas, por exemplo, caíram de 325 para 171. A fiscalização, porém, é considerada insuficiente por especialistas. "Pelo que a Organização Mundial da Saúde preconiza, 1/3 dos condutores teria que passar por controle da alcoolemia em um ano. Estamos muito longe", diz José Montal, da Abramet (associação de medicina do tráfego). (ALENCAR IZIDORO)

Folha.com

Veja trabalho de resgate em acidente
www.folha.com.br/ mm749840


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