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FERNANDO AZEVEDO DE ALMEIDA (1924-2010)
Biógrafo de Ciccillo Matarazzo
ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
Tirassem o lápis da mão de
Fernando Azevedo de Almeida, e ele não saberia mais o
que fazer. Adorava escrever,
lembra sua mulher, Vicky.
Em 1945, o filho de portugueses teve a oportunidade
de mostrar seu talento. Soube de um concurso num jornal, apresentou uma reportagem, ganhou e começou a
trabalhar como jornalista.
Acabaria entrando para os
Diários Associados. Na TV
Tupi, passou a escrever textos para o Repórter Esso.
Trabalharia ainda na Excelsior e no Shopping News,
onde se aposentou após editar o caderno de turismo por
15 anos. Depois, fez serviços
para a "Folha da Manhã".
Escrever era de família.
Seu irmão, Gastão, aventurou-se pela poesia, gênero
que Fernando apreciava.
Quando decidiu escrever
fora da imprensa, dedicou-se
à biografia. É autor de "O
Franciscano Ciccillo", sobre
a vida de Ciccillo Matarazzo,
fundador da Bienal de SP.
Por causa da obra, lembra
a mulher, Fernando acabou
chateando um de seus amigos, o ex-presidente da República Jânio Quadros.
Segundo Vicky, o livro traz
muitos detalhes sobre a Bienal, assunto que causou rusgas entre Ciccillo e Jânio. O
político chegou a ligar para o
amigo-autor, reclamando.
Fernando sofria de mal de
Alzheimer. Morreu anteontem, aos 85 anos. Deixa viúva, duas filhas e uma neta,
estudante de jornalismo. Foi
enterrado ontem, no cemitério São Paulo, na capital.
coluna.obituario@uol.com.br
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