São Paulo, segunda-feira, 13 de junho de 2011

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Enterro de morto por PM vira apelo por justiça

Rapaz de 15 anos levou tiro ao ser abordado por policial na zona leste de São Paulo

JOSMAR JOZINO
DO "AGORA"

"Queremos justiça" e "chega de impunidade". Essas foram as frases mais ouvidas ontem de manhã durante o enterro do estudante Alisson de Paula Guerreiro, 15, no cemitério da Saudade, em São Miguel Paulista, bairro da zona leste de São Paulo.
Ele foi morto na sexta-feira à noite com um tiro na nuca disparado pelo soldado Erisvan da Paz, 37, durante uma abordagem policial. O PM foi preso em flagrante.
Pelo menos cem pessoas -entre parentes, vizinhos e amigos do jovem- foram ao enterro. Alunos da Escola Estadual Ataulpho Alves, onde ele cursava a 9ª série do ensino fundamental, usavam camisetas com a foto de Alisson e a frase "Saudade eterna".
O motorista Éder Paulino, 39 , tio de Alisson, fez um discurso emocionado. Disse que a família vai lutar para que Paz seja responsabilizado criminalmente pela morte.
Segundo ele, haverá uma passeata na sexta-feira, com saída da casa da mãe de Alisson, na Vila Jacuí, até o local onde o garoto foi morto. "O objetivo é pedir justiça."
O vigilante Edi Carlos Paulino de Paula, 29, prepara um abaixo-assinado para que a morte não fique impune.
O pai da vítima, Alexandre de Lima Guerreiro, disse não acreditar na versão de disparo acidental, apresentada pelo PM. "O tiro foi proposital e à queima-roupa. A bala atingiu a nuca e saiu pela parte de cima da cabeça", disse.

CRIME
Alisson e três amigos voltavam de uma festa às 23h30 de sexta-feira. Ele e outro amigo caminhavam mais à frente quando foram abordados por Paz e dois PMs da Força Tática do 29º Batalhão.
Paz alegou que tentou segurar Alisson pelo capuz, mas tropeçou e a pistola .40 disparou, acidentalmente.
Ele foi autuado no 63º DP (Vila Jacuí) por homicídio culposo (sem intenção). Mas só foi preso porque não pagou a fiança de R$ 1.250. A PM informou que investiga o caso com transparência.


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