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SAÚDE CARDÍACA
Avaliação será concedida ao produto depois de análise requerida pelo fabricante e será renovada
Selo indica alimento bom para o coração
FERNANDA DA ESCÓSSIA
em São Paulo
Um selo com o aval da SBC-Funcor (Sociedade Brasileira de Cardiologia - Fundação Brasileira do Coração) vai identificar produtos e alimentos recomendados pelos médicos para pessoas interessadas em uma dieta com menos colesterol, sal e calorias.
O selo de "recomendação médica" já foi concedido pela SBC-Funcor a 12 produtos, entre cereais, óleos de cozinha, margarinas e adoçantes.
Eles integram a primeira lista de produtos "bons para o coração".
Só podem receber o selo alimentos que tenham baixos teores de colesterol, sal e gordura e possam ser usados por todas as pessoas, inclusive pacientes cardíacos e diabéticos.
Os produtos com o selo na embalagem começam a chegar aos supermercados na próxima semana.
A marca traz o logotipo da SBC-Funcor (um mapa do Brasil com um coração) e a inscrição "recomendação médica".
"O selo informa que aquele produto foi analisado e aprovado por especialistas. Não quer dizer que os outros são ruins, mas que aquele produto tem a nossa aprovação. Os outros nem foram analisados", explica Helio Korkes, diretor da Funcor.
Outros países
A idéia de um selo de recomendação médica foi lançada nos Estados Unidos pela American Heart Association e adotada em outros países, como Canadá e Argentina.
No Brasil, o selo chegou em 1992, mas não era padronizado. Acabou não sendo incorporado nem pela SBC-Funcor nem pelos fabricantes de alimentos.
"Este ano, após o congresso de cardiologia, decidimos relançar a idéia e estamos tendo uma excelente aprovação", diz Korkes.
Ele afirma que as mortes do ex-deputado Luís Eduardo Magalhães e do cantor Tim Maia, ambos vítimas precoces de infarto, também alertaram os brasileiros para os riscos das doenças cardiovasculares.
Como obter
O fabricante interessado em obter o selo -que não é obrigatório- deve procurar a SBC-Funcor e exibir uma análise química recente do produto.
A análise é checada por um grupo de especialistas e repetida em laboratórios especializados, como o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.
A SBC-Funcor ainda está analisando cerca de 20 produtos cujos fabricantes solicitaram o selo. A lista será renovada à medida que outros produtos forem aprovados.
Por enquanto, a maioria dos pedidos se refere a óleos e margarinas, mas a recomendação médica não é restrita só a alimentos.
Há fabricantes que querem o selo para ovos com menos colesterol, equipamentos de medição de pressão e estojos de primeiros socorros.
Se o produto for aprovado, assina um contrato com a SBC-Funcor e passa a ter o selo em sua embalagem.
Os nomes dos produtos recusados não são divulgados por motivos éticos.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Rafael Leite Luna, o selo é o início de uma campanha de educação alimentar e permite uma comunicação direta entre os médicos e a população.
"A alimentação é um dos principais fatores de controle da doença cardiovascular. Queremos atuar como orientadores da população nessa área", diz Leite Luna.
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