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Droga mais leve que o AZT está em teste
DO ENVIADO ESPECIAL
Comparada com Vancouver,
em 1996, quando os cientistas
anunciaram o coquetel de drogas
que derrubou a mortalidade pela
metade, a conferência de Barcelona termina sem grandes alentos
para os pacientes.
Por conta disso, os principais
organizadores do encontro lançaram um apelo aos laboratórios
privados e à comunidade científica para que acelerem ao máximo
suas pesquisas.
No caso das vacinas, 80% dos
US$ 470 milhões gastos por ano
em pesquisa vêm dos governos.
As ONGs entram com 7%, e os laboratórios, com 13%.
A conferência não trouxe solução para as cardiopatias e lipodistrofias -gorduras localizadas-
que estão surgindo com o uso
prolongado do inibidor de protease, remédio que faz parte do
coquetel.
De novo mesmo, apenas a confirmação da importância e da eficácia do T20, uma nova geração
de droga que impede a fusão do
HIV na célula. Seu uso, injetável, é
destinado a pacientes que já não
reagem aos remédios.
Na lista dos medicamentos em
fase final de estudo estão dois inibidores de protease -classe de
droga que completou o coquetel,
a partir de 1996.
Uma das drogas é o atazanavir,
que tem a vantagem de ser tomada uma única vez ao dia e que
promete não aumentar as gorduras no sangue. A outra é o tipranavir, que pode atuar contra as cepas resistentes do vírus.
Boas notícias
Uma boa notícia são os resultados animadores da droga tenofovir, já aprovada na Europa e EUA
e que aguarda liberação no Brasil.
Nos estudos, alguns deles no Brasil, o remédio vem se mostrando
mais eficaz e seguro que o AZT e
sem os efeitos colaterais desse
medicamento, que foi o primeiro
a ser utilizado contra a Aids.
O AZT (ou D4T) é uma das drogas que formam o coquetel. "O tenofovir vem se mostrando capaz
de agir contra vírus já resistentes
às drogas dessa família", diz Ricardo Hayden, coordenador do
programa municipal de DST/
Aids e Hepatite, de Santos.
"Estamos esperando a liberação
desse remédio no Brasil para fazermos uma reunião do consenso
de medicamentos", disse Marco
Antonio de Ávila Vitória, infectologista assessor da Coordenação
Nacional de DST/Aids. A tendência é que seu uso na rede pública
seja liberado de imediato.
Entre as drogas em uso, os estudos também estão "comprovando a potência e a duração da eficácia do Kaletra", diz Mauro
Schechter, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Outra novidade é o emprego do
saquinavir associado a uma pequena quantidade do ritonavir, o
que aumenta a ação fármaco-dinâmica do primeiro.
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