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EDUCAÇÃO
Maior nota na área de ciências também foi obtida por aluno que se inscreveu pelo sistema reservado para negros e pardos
Candidata de cotas é 3ª colocada na UnB
ANDREA MIRAMONTES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A terceira maior nota do vestibular da UnB e a primeira colocação na área de ciências do vestibular da UnB (Universidade de Brasília) foram conquistadas por
candidatos inscritos pelo sistema
de cotas. É isso que revelou o resultado da primeira seleção que
utilizou a reserva de 20% das vagas para negros e pardos.
A estudante Kássia Daglaby Roque Oliveira, 19, de Brasília, prestou vestibular para medicina e figura entre as três melhores colocadas de todo o vestibular. "Fiz
inscrição pelas cotas, pois sou
parda e cursei o ensino público",
disse.
Também cotista, o primeiro colocado na área de ciências, Ricardo Rabuske Borges Silva, 16, cursa
o terceiro colegial e fez vestibular
"só para ganhar experiência". Ele
sempre estudou em escola particular. Na área de ciências estão
cursos como engenharia, química
e geologia.
O sistema de cotas adotado pela
universidade gerou polêmica ao
utilizar como critério de avaliação
-para verificar se os candidatos
eram mesmo negros ou pardos-
as fotografias tiradas no ato da
inscrição.
Já o resultado divulgado ontem
chamou a atenção pela diferença
entre a nota dos últimos aprovados cotistas e não-cotistas.
No curso de medicina veterinária, por exemplo, a menor nota de
quem foi aprovado pelo sistema
universal foi 107,60. Já no rol dos
cotistas, o último aprovado teve
apenas 7,4.
Os candidatos reprovados alegam injustiça. É o caso da estudante Patrícia Braga, 18, que tentou uma vaga em medicina.
"Muita gente entrou no sistema
de cotas, não é negro e teve nota
menor. Concordo que tem de
existir uma política dessa, mas, da
forma como foi feita, exclui quem
estudou." Em medicina, a nota
mínima pelo sistema universal foi
de 361,20 e pelo sistema de cotas
foi de 334,40. A prova foi a mesma
para os dois sistemas.
Para o vice-reitor da universidade, Timothy Mulholland, injusta é
a exclusão social. Para ele, o sistema de cotas é um avanço. "O número de candidatos por vaga não
é relevante, todos os candidatos
enfrentaram a mesma prova, mas
não concorreram entre si, são sistemas separados."
A UnB afirma que receberá todos os recursos, mas, para julgá-los, seguirá o que está no edital.
Mauro Rabelo, diretor acadêmico
do Cespe (Centro de Seleção e de
Promoção de Eventos), ressaltou
que os alunos cotistas e não-cotistas não concorreram entre si.
"Como alguém vai reivindicar
uma vaga a que não concorreu?"
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