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Bombas caseiras são atiradas na casa de agente
RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL
O telefone toca na Redação da Folha. "Minha casa
foi atacada. Jogaram dois
coquetéis molotov aqui."
Do outro lado da linha,
Wellington (nome fictício), 40, agente penitenciário, atacado no Jardim
Presidente Dutra, em
Guarulhos (Grande São
Paulo), quando visitava a
mãe. Ele pede ajuda: quer
o telefone para falar com a
Secretaria da Administração Penitenciária.
O crime ocorreu às
14h30. Dois "moleques",
idades entre 15 e 22 anos,
jogaram garrafas de cerveja com panos embebidos
em gasolina no quintal da
casa da mãe de Wellington. A primeira garrafa
atingiu o carro do agente;
a segunda quase atinge um
sobrinho que, curioso, saíra para ver a cena. "Foi de
surpresa. Ainda tentamos
correr atrás deles, mas
não [os] pegamos."
Assustado, Wellington
ligou para a polícia, correu
para a delegacia e registrou boletim de ocorrência. "Acho que foi um aviso. Na noite de ontem, planejava levar para a sua casa, em São Paulo, a mãe e
os quatro sobrinhos que o
acompanhavam. A casa
atacada, ao menos por um
tempo, ficará vazia.
Funcionário do sistema
prisional há 19 anos, salário de R$ 1.500 mensais, o
agente trabalha num CDP
(Centro de Detenção Provisória) da zona leste.
Wellington diz não ter
medo de morrer, mas teme pelos familiares: "Está
todo mundo em pânico".
A Folha ligou para a assessoria de imprensa da
SAP. Até a conclusão desta
edição, Wellington, segundo a assessoria, não
havia ligado lá.
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