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100 ônibus são queimados; veículos podem parar hoje
Cooperativas põem em dúvida circulação em SP com receio de novos atentados
Empresas recolheram parte
da frota à noite porque não pararam as ações; usuário pode saber a situação pelo telefone 156, da prefeitura
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O medo de atentados levou
algumas empresas de ônibus de
São Paulo a anteciparem a ida
da frota para as garagens ontem
à noite, colocando dúvidas sobre a normalização dos serviços a partir da manhã de hoje.
A prefeitura determinou a
circulação normal dos coletivos
e, no fim da tarde, os sindicatos
dos patrões e dos condutores
diziam que deveriam rodar.
À noite, porém, com a persistência dos ataques, muitas viações recolheram as frotas para
as garagens e alguns trabalhadores previam que haveria problemas hoje de manhã, com
atraso na saída dos ônibus ou
até interrupção dos serviços.
Segundo a SPTrans (São Paulo Transporte), empresas que
atuam em quatro das oito áreas
em que a capital paulista é dividida passaram a determinar a
recolhida de seus veículos a
partir das 20h de ontem.
A central de informações da
prefeitura (telefone 156) divulga a situação da frota.
A ordem começou a ser cumprida gradualmente e deixou
muitos passageiros à espera
nos pontos, sem saber da falta
de ônibus que atendem as zonas norte, leste, oeste e sul.
Em Guarulhos (Grande SP)
houve medida semelhante e estava definido um atraso na saída dos coletivos hoje, devido ao
receio de rodar de madrugada.
O secretário para assuntos de
segurança pública do município, Geraldo Jânio Vendramini,
disse que as viações começarão
a rodar a partir das 5h30, em
vez de sair às 4h das garagens.
Também houve suspensão
de parte dos serviços no interior, como Campinas e Bauru.
Na capital, a Cooperativa Fênix, que opera nas zonas norte e
oeste, voltaria a trabalhar hoje
só se houvesse segurança nas linhas. "Só com garantia", disse
Claudio Santana, vice-presidente da cooperativa. Situação
semelhante era a da Aliança
Paulistana (zona leste).
Em toda a cidade, 23 ônibus
municipais tinham sido incendiados até as 21h30 e outros
dois, baleados -metade deles à
luz do dia. Em ao menos um dos
casos os criminosos deixaram
uma faixa com a mensagem
"fim da opressão carcerária".
Os primeiros ataques se concentraram nas áreas com linhas de perueiros dominadas
por policiais e traficantes ligados ao PCC. Mas à noite eles já
tinham se espalhado, com menos impacto na zona sul.
O balanço da Secretaria da
Segurança Pública apontava à
noite 41 ataques a ônibus no
Estado. Pelas informações passadas por prefeituras, bombeiros e PMs no interior e na
Grande São Paulo, no entanto,
os veículos atingidos já beiravam cem. Entre os alvos também havia ônibus fretados.
Colaboraram a Agência Folha e a Folha Ribeirão
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