São Paulo, quinta-feira, 13 de julho de 2006

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100 ônibus são queimados; veículos podem parar hoje

Cooperativas põem em dúvida circulação em SP com receio de novos atentados

Empresas recolheram parte da frota à noite porque não pararam as ações; usuário pode saber a situação pelo telefone 156, da prefeitura


ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

O medo de atentados levou algumas empresas de ônibus de São Paulo a anteciparem a ida da frota para as garagens ontem à noite, colocando dúvidas sobre a normalização dos serviços a partir da manhã de hoje.
A prefeitura determinou a circulação normal dos coletivos e, no fim da tarde, os sindicatos dos patrões e dos condutores diziam que deveriam rodar.
À noite, porém, com a persistência dos ataques, muitas viações recolheram as frotas para as garagens e alguns trabalhadores previam que haveria problemas hoje de manhã, com atraso na saída dos ônibus ou até interrupção dos serviços.
Segundo a SPTrans (São Paulo Transporte), empresas que atuam em quatro das oito áreas em que a capital paulista é dividida passaram a determinar a recolhida de seus veículos a partir das 20h de ontem.
A central de informações da prefeitura (telefone 156) divulga a situação da frota.
A ordem começou a ser cumprida gradualmente e deixou muitos passageiros à espera nos pontos, sem saber da falta de ônibus que atendem as zonas norte, leste, oeste e sul.
Em Guarulhos (Grande SP) houve medida semelhante e estava definido um atraso na saída dos coletivos hoje, devido ao receio de rodar de madrugada.
O secretário para assuntos de segurança pública do município, Geraldo Jânio Vendramini, disse que as viações começarão a rodar a partir das 5h30, em vez de sair às 4h das garagens.
Também houve suspensão de parte dos serviços no interior, como Campinas e Bauru.
Na capital, a Cooperativa Fênix, que opera nas zonas norte e oeste, voltaria a trabalhar hoje só se houvesse segurança nas linhas. "Só com garantia", disse Claudio Santana, vice-presidente da cooperativa. Situação semelhante era a da Aliança Paulistana (zona leste).
Em toda a cidade, 23 ônibus municipais tinham sido incendiados até as 21h30 e outros dois, baleados -metade deles à luz do dia. Em ao menos um dos casos os criminosos deixaram uma faixa com a mensagem "fim da opressão carcerária".
Os primeiros ataques se concentraram nas áreas com linhas de perueiros dominadas por policiais e traficantes ligados ao PCC. Mas à noite eles já tinham se espalhado, com menos impacto na zona sul.
O balanço da Secretaria da Segurança Pública apontava à noite 41 ataques a ônibus no Estado. Pelas informações passadas por prefeituras, bombeiros e PMs no interior e na Grande São Paulo, no entanto, os veículos atingidos já beiravam cem. Entre os alvos também havia ônibus fretados.


Colaboraram a Agência Folha e a Folha Ribeirão

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