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Ônibus é incendiado em frente a bares cheios na Vila Madalena
VICTOR RAMOS
DA REDAÇÃO
Ontem, por volta das 23h, um
ônibus foi incendiado na Vila
Madalena, zona oeste, a poucos
metros de bares -como o Filial
e o Genésio- que estavam lotados no momento do ataque.
Houve correria entre os clientes. Segundo relatos, ocorreram várias explosões no coletivo, que chegaram a atingir um
poste de luz, que também pegou fogo.
Segundo um vendedor ambulante que trabalha na região,
e preferiu não se identificar,
depois do ataque "muita gente
saiu correndo, deixando tudo
para trás". O vendedor chegou a
conversar com o motorista do
ônibus depois do ataque.
"Ele me contou que três pessoas entraram no ônibus e passaram a catraca, pagando normalmente, e depois sentaram
nos últimos bancos", disse.
"Depois disso, parece que espalharam algum líquido pelo
chão, talvez gasolina, e jogaram
um coquetel molotov. O motorista teve que sair correndo,
nem pegou os documentos",
disse o vendedor.
Segundo relatos de pessoas
que estavam nos bares, um
cliente jogou uma cadeira no
ônibus em chamas para que
uma pessoa descesse. Em poucos minutos havia muitos policiais correndo pela rua. Os estabelecimentos comerciais começaram a fechar as portas.
Muitos clientes, ainda assustados, permaneceram no interior
deles, temendo novos ataques
ou tiroteios. Até o fechamento
desta edição, não havia notícia
de feridos.
Higienópolis
O jeito apressado e o olhar
desconfiado da decoradora Maria Helena Sanches, 41, deixava
claro que ela estava com medo.
"Só vim no mercado porque o
açúcar acabou. Moro aqui do
lado e quando vi no jornal que
os atentados tinham chegado
tão perto, me apavorei", disse.
Vizinha do Pão de Açúcar de
Higienópolis, atingido por tiros
e por uma bomba na madrugada de ontem, Maria Helena
conta que agora só fará compras novamente na semana que
vem. "Não quero mais correr
risco. Vou esperar tudo acabar
em casa."
Funcionária da biblioteca da
Universidade Mackenzie, em
frente ao mercado, Marlúcia
Ferreira, 43, também estava assustada. "Só vim aqui porque
precisava, mas não vejo a hora
de ir embora", afirmou.
"A polícia tem que fazer alguma coisa logo, a gente não pode
mais continuar vivendo assim."
Colaborou DANIELA TÓFOLI, da Reportagem
Local
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