|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Promotoria vê PCC "poderoso e eficaz"
Procurador-geral de Justiça de São Paulo diz que facção teve baixas, mas não está desmantelada, e pede união de forças
Há poucas investigações concluídas pelo Ministério Público, mas Rodrigo Pinho destaca ações contra chefes
de quadrilha e advogados
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
O procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Rodrigo Pinho, um dos responsáveis pelas investigações do
PCC, disse ao comentar os ataques criminosos da madrugada
de ontem que a facção "continua poderosa, mostrando eficácia". "É a segunda onda de
ataques. A organização ainda
não foi desmantelada. O PCC
ainda possui bases e suas lideranças não foram totalmente
isoladas", continuou.
Pinho, no entanto, afirmou
em seguida que o grupo criminoso vem "sofrendo baixas" e
que seus líderes estão presos.
O Ministério Público realiza
investigações independentes e
responderá por todas as ações
judiciais ligadas à onda de violência atual e à registrada há
dois meses no Estado.
Anteontem, o governador
Cláudio Lembo (PFL) afirmou
que a facção não dominava
mais presídios.
Poucas investigações da Promotoria foram concluídas. Segundo Pinho, as principais medidas tomadas até o momento
foram as denúncias contra três
advogados do PCC, que estão
presos, e contra integrantes da
facção em Campinas. Duas outras denúncias foram feitas por
causa do assassinato de policiais durante a matança de
maio, informou ainda.
Segundo o procurador-geral,
ainda estão em curso tratativas
da Promotoria com empresas
de telefonia para evitar a comunicação por celular em presídios, além das apurações regionalizadas do grupo especial do
Ministério Público que investiga o crime organizado e das investigações da maior parte das
492 mortes ocorridas durante a
primeira onda de violência, estas a cargo dos promotores do
Tribunal do Júri.
A legalidade das ações da polícia também ainda está em investigação em um grupo que
acompanha a atividade policial.
Pinho defendeu que, diante
dos novos ataques, o poder público atue "de forma uniforme",
e que haja mudanças legais para punições mais rigorosas de
lideranças da facção.
Ele não quis comentar, no
entanto, os problemas revelados recentemente entre a Secretaria da Administração Penitenciária e a Secretaria da Segurança Pública. Nos ataques
de maio, os promotores tiveram também problemas para
acessar informações criminais.
Mutirão social
O subdefensor público do Estado de São Paulo, Pedro Giberti, defendeu ontem um "mutirão social", com a participação
de entidades de direitos humanos, da defensoria, que atende
carentes, do governo estadual,
do Ministério Público e de representantes do Judiciário.
Para ele, juízes têm sido
"mais realistas que o rei" em
suas condenações e o governo
despreza entidades que dão auxílio humanitário a presos.
"Não dá para o governo não
sentar com as entidades, que
podem viabilizar um diálogo legítimo com os presos."
Texto Anterior: Estado poderá ter mais vagas em presídio federal Próximo Texto: Frase Índice
|