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Confronto entre camelôs e polícia fere 3 em Londrina
Conflito ocorreu depois de a polícia apreender R$ 3 mi em mercadorias
Nos protestos, centro da cidade teve lojas fechadas e o transporte público foi bloqueado; operação visava combater produtos piratas
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
Revoltados com uma operação de apreensão de produtos
em um shopping popular de
Londrina (383 km de Curitiba),
camelôs transformaram ontem
o centro da cidade em praça de
guerra, fechando lojas e bloqueando o transporte público.
Houve confronto com as polícias Federal e Militar e três
camelôs ficaram feridos -nenhum em estado grave.
Os vendedores protestavam
contra uma operação da PF e da
Receita Federal que apreendeu
2.500 caixas de mercadorias
-estimadas em mais de R$ 3
milhões- após buscas nos 316
boxes do camelódromo de Londrina. A operação, deflagrada
pela manhã, visa a combater a
pirataria e o contrabando.
Logo pela manhã, os camelôs
organizaram os protestos em
arrastões. Em grupos de 60
pessoas -que, segundo a PM,
somavam mais de 350 manifestantes-, invadiram um shopping, o terminal de ônibus e determinaram que comerciantes
baixassem as portas.
O momento mais tenso foi
por volta das 11h, quando camelôs tentaram entrar no shopping popular, o camelódromo,
que estava ocupado por policiais federais e agentes da Receita. Para conter os vendedores, policiais federais dispararam bombas de efeito moral.
Dois camelôs foram feridos.
Antes, uma mulher já havia
ficado ferida em confronto entre camelôs e a PM no terminal
urbano de ônibus de Londrina.
Ninguém foi preso durante
as manifestações. O delegado
da Receita Federal em Londrina, Sérgio Nunes, disse que haverá devolução de mercadorias
a quem comprovar a legalidade
do material.
"Não estamos fechando o camelódromo. Apenas cumprimos determinação judicial de
apreender mercadorias sem
notas fiscais, com origem no
contrabando e na falsificação."
Rogério Gonçales, presidente da associação que representa
os donos de lojas do camelódromo, disse que PF e Receita
"fizeram um arrastão levando
tudo". "Nossa revolta é que eles
não verificaram antes se existiam mercadorias legalizadas."
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