São Paulo, sexta-feira, 13 de julho de 2007

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Confronto entre camelôs e polícia fere 3 em Londrina

Conflito ocorreu depois de a polícia apreender R$ 3 mi em mercadorias

Nos protestos, centro da cidade teve lojas fechadas e o transporte público foi bloqueado; operação visava combater produtos piratas

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

Revoltados com uma operação de apreensão de produtos em um shopping popular de Londrina (383 km de Curitiba), camelôs transformaram ontem o centro da cidade em praça de guerra, fechando lojas e bloqueando o transporte público.
Houve confronto com as polícias Federal e Militar e três camelôs ficaram feridos -nenhum em estado grave.
Os vendedores protestavam contra uma operação da PF e da Receita Federal que apreendeu 2.500 caixas de mercadorias -estimadas em mais de R$ 3 milhões- após buscas nos 316 boxes do camelódromo de Londrina. A operação, deflagrada pela manhã, visa a combater a pirataria e o contrabando.
Logo pela manhã, os camelôs organizaram os protestos em arrastões. Em grupos de 60 pessoas -que, segundo a PM, somavam mais de 350 manifestantes-, invadiram um shopping, o terminal de ônibus e determinaram que comerciantes baixassem as portas.
O momento mais tenso foi por volta das 11h, quando camelôs tentaram entrar no shopping popular, o camelódromo, que estava ocupado por policiais federais e agentes da Receita. Para conter os vendedores, policiais federais dispararam bombas de efeito moral. Dois camelôs foram feridos.
Antes, uma mulher já havia ficado ferida em confronto entre camelôs e a PM no terminal urbano de ônibus de Londrina.
Ninguém foi preso durante as manifestações. O delegado da Receita Federal em Londrina, Sérgio Nunes, disse que haverá devolução de mercadorias a quem comprovar a legalidade do material.
"Não estamos fechando o camelódromo. Apenas cumprimos determinação judicial de apreender mercadorias sem notas fiscais, com origem no contrabando e na falsificação."
Rogério Gonçales, presidente da associação que representa os donos de lojas do camelódromo, disse que PF e Receita "fizeram um arrastão levando tudo". "Nossa revolta é que eles não verificaram antes se existiam mercadorias legalizadas."


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