São Paulo, domingo, 13 de julho de 2008

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Para quem dirige, chegar rápido é o que importa

DA REPORTAGEM LOCAL

Velocidade e tempo são variáveis que não podem ser desconsideradas por quem tem no trânsito de São Paulo um "ambiente cotidiano". É preciso chegar e rápido, "nem que se tenha de desconsiderar as regras de convívio social".
É o que mostra uma pesquisa de 2004 feita com 500 motoristas paulistanos que usavam o carro quatro vezes por semana. Diante dos erros dos outros, 37,8% confessam reagir com hostilidade (com gestos e gritos), e 29,8%, metendo a mão na buzina.
"E os que reconhecem cometer infrações são os que se consideram melhores motoristas e os que se irritam mais com o comportamento dos outros", diz a psicóloga Gislene Macedo, à frente do estudo. Mais curioso é que os motoristas se incomodam menos com condutas de risco como excesso de velocidade (55,2%) do que com o contrário, a lentidão -86% se irritam quando se deparam com um veículo que está muito devagar.
Quase 95% dizem se irritar com quem fica muito perto do pára-choque traseiro de seu veículo. Ao mesmo tempo, 26% admitem fazer exatamente o mesmo, "grudar" no carro da frente para forçá-lo a acelerar ou sair da frente.
Mas o que mais tira a paciência de 96,2% dos entrevistados é ser "fechado" por outro carro. Para Macedo, essa agressividade é uma questão "social", uma "panela de pressão que uma hora explode".
"Se tenho veículo, minha expectativa é ir de um lugar a outro o mais rápido possível", diz. O contrário gera frustração e raiva. "Para o motorista, o espaço privado (carro) se sobrepõe ao público (trânsito)", afirma ele. (WV)


Colaborou ALENCAR IZIDORO


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