São Paulo, terça-feira, 13 de julho de 2010

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Moradores têm barracos saqueados após incêndio

Fogo tomou 120 barracos da favela Tiquatira na noite de anteontem

Falta de polícia durante o incêndio abriu brecha para os roubos; gangues locais intimidaram ação de jornalistas na favela

MATEUS PARREIRAS
DO "AGORA"

Depois do quinto incêndio em oito anos, moradores da favela Tiquatira (zona leste de SP) tiveram de lidar com saques ao que restou de seus pertences. Embora não tenha deixado feridos, o incidente destruiu 120 barracos na noite de anteontem.
"O que o fogo não destruiu, os outros me furtaram. Perdi móveis, botijão de gás, documentos dos netos", disse a doméstica Maria Aparecida Gimenez, 57.
A ausência de policiamento teria resultado nos saques aos barracos. Na manhã de ontem, policiais que faziam a segurança deixaram a região. Além disso, homens supostamente ligados a gangues locais intimidaram jornalistas e os fizeram abandonar a favela.
Segundo o coronel José Luiz Valentin, do 51º Batalhão da PM (Penha), a polícia não recebeu queixas e o policiamento não deixou o local.

REMOÇÃO
A Subprefeitura da Penha quer remover todas as casas da favela Tiquatira em até 90 dias, afirmou o subprefeito Cássio Freire Loschiavo. Os barracos abririam espaço para o prolongamento do parque linear de mesmo nome.
"A Defesa Civil e os Bombeiros acreditam que o fogo foi causado por curto-circuito nas gambiarras [instalações elétricas] dos barracos", disse Loschiavo.
De acordo com o subprefeito, apenas 57 famílias se cadastraram para receber cobertores, colchões, cestas básicas e kits higiene.
Com a remoção, os moradores receberão indenizações e apartamentos da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) -que liberou R$ 2.700 em auxílio-moradia.


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