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Moradores têm barracos saqueados após incêndio
Fogo tomou 120 barracos da favela Tiquatira na noite de anteontem
Falta de polícia durante o incêndio abriu brecha para os roubos; gangues locais intimidaram ação de jornalistas na favela
MATEUS PARREIRAS
DO "AGORA"
Depois do quinto incêndio
em oito anos, moradores da
favela Tiquatira (zona leste
de SP) tiveram de lidar com
saques ao que restou de seus
pertences. Embora não tenha
deixado feridos, o incidente
destruiu 120 barracos na noite de anteontem.
"O que o fogo não destruiu, os outros me furtaram.
Perdi móveis, botijão de gás,
documentos dos netos", disse a doméstica Maria Aparecida Gimenez, 57.
A ausência de policiamento teria resultado nos saques
aos barracos. Na manhã de
ontem, policiais que faziam a
segurança deixaram a região. Além disso, homens supostamente ligados a gangues locais intimidaram jornalistas e os fizeram abandonar a favela.
Segundo o coronel José
Luiz Valentin, do 51º Batalhão da PM (Penha), a polícia
não recebeu queixas e o policiamento não deixou o local.
REMOÇÃO
A Subprefeitura da Penha
quer remover todas as casas
da favela Tiquatira em até 90
dias, afirmou o subprefeito
Cássio Freire Loschiavo. Os
barracos abririam espaço para o prolongamento do parque linear de mesmo nome.
"A Defesa Civil e os Bombeiros acreditam que o fogo
foi causado por curto-circuito nas gambiarras [instalações elétricas] dos barracos",
disse Loschiavo.
De acordo com o subprefeito, apenas 57 famílias se
cadastraram para receber cobertores, colchões, cestas básicas e kits higiene.
Com a remoção, os moradores receberão indenizações e apartamentos da
CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional
e Urbano) -que liberou R$
2.700 em auxílio-moradia.
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