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Governo federal retoma estradas no RS
Trechos incluem 1.600 km onde hoje há cobrança de pedágio pela iniciativa privada
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DE BRASÍLIA
O Ministério dos Transportes retomou do governo do
Rio Grande do Sul a gestão de
seis lotes de estradas federais, incluindo trechos de
1.600 km onde há cabines de
cobrança de pedágio.
Os trechos estavam sob
gestão do Estado desde 1996.
Com a medida, o poder sobre
os contratos de concessão
das rodovias à iniciativa privada firmados pelo Estado
foi transferido à União.
O ministro Paulo Passos
(Transportes) determinou,
na semana passada, a criação de um grupo para estudar como se dará a suspensão dos convênios com o Estado e a reincorporação das
rodovias à União.
O grupo tem 90 dias para
avaliar os contratos e levantar os eventuais passivos deixados pelo governo gaúcho.
No ano passado, a governadora gaúcha, Yeda Crusius
(PSDB), pediu anulação dos
convênios após a recusa do
então ministro Alfredo Nascimento (Transportes) de permitir a prorrogação das concessões, que começam a vencer em 2012, até 2028.
O aval da União para expandir os prazos seria necessário por exigência prevista
nos convênios.
A extensão do prazo dos
contratos seria uma forma de
compensar as concessionárias por eventuais perdas financeiras e ainda alterar as
condições contratuais.
IMPASSE
Yeda, candidata à reeleição, vive um impasse com as
empresas, que cobram do Estado uma suposta dívida de
cerca de R$ 1,7 bilhão por
"desequilíbrios contratuais".
Com a extensão do prazo,
as empresas se comprometeriam a baixar o preço dos pedágios, suspender a cobrança dos créditos, melhorar as
estradas e investir mais R$ 4
bilhões nas rodovias.
Segundo a assessoria do
ministro Paulo Passos, a
União não vai aceitar assumir as supostas dívidas.
O secretário de Infraestrutura e Logística do Rio Grande do Sul, Daniel Andrade,
diz que o Estado se desincumbiu de qualquer decisão
sobre o assunto.
"Não existem dívidas,
existem os contratos. Quem
deve discutir são o governo
federal e as concessionárias.
Se preciso, daremos apoio,
mas somente isso", disse.
A regional gaúcha da
ABCR (Associação Brasileira
de Concessionárias de Rodovias) disse que não se manifestaria sobre o caso.
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