São Paulo, sexta-feira, 13 de agosto de 2004

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TERROR PAULISTANO

Endereços misteriosos de São Paulo escondem lendas de assombrações, "visões" de fantasmas e histórias de arrepiar

Superstição estigmatiza lugares "assombrados"

FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL

Bruxas, gatos pretos, assombrações. Basta o casamento de uma sexta-feira com um dia 13 para aterrorizar os supersticiosos. Mesmo longe de cenários como os em que Jason Voorhees, protagonista da série de terror "Sexta-feira 13", promoveu seus massacres, São Paulo também tem endereços que, na crendice popular, são misteriosos, "mal-assombrados" e macabros.
Tanto que uma agência de turismo resolveu criar um roteiro para lugares "de outro mundo". "São logradouros tétricos e mal-assombrados", explica Carlos Roberto Silvério, idealizador do programa da Graffit Turismo.
O tour, que sairá no próximo Halloween (em outubro), passa pelo vale do Anhangabaú -que, em tupi-guarani, quer dizer "várzea dos maus espíritos"-, pelo antigo largo da Forca (hoje praça da Liberdade) e chega ao Theatro Municipal. "Todo teatro de categoria tem o seu fantasma", sugere Leda Duarte, do Museu do Theatro.
Sob o altar principal da Catedral da Sé, a cripta da igreja também esconde seus mistérios. "No começo, ficava com medo, mas até hoje o Tibiriçá [o primeiro chefe indígena catequizado pelos jesuítas, morto em 1562, cujos restos estão na cripta] nunca puxou meu pé", brinca Vera Regina Vargas, monitora da catedral.
Também no centro, a casa conhecida como Castelinho tem fama de mal-assombrada por conta de uma tragédia familiar ocorrida em 1937 -o filho mais velho da família Guimarães dos Reis matou a mãe (já viúva) e seu irmão mais novo cometeu suicídio. "Se esses espíritos estão aqui, eles gostam de mim, porque nunca apareceram", conta Fabiane Silva, que mora no local.
Com 180 passos de comprimento e algumas manchas de sangue no chão, o sinistro corredor subterrâneo que liga o Hospital das Clínicas de São Paulo ao Serviço de Verificação de Óbito e por onde passam, em média, cinco cadáveres por dia, é motivo de pavor entre alguns funcionários do hospital. "Eu até levo você lá, mas não entro de jeito nenhum", avisou à reportagem uma funcionária. Nenhum fantasma se apresentou durante o percurso, apesar da expectativa.


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