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TERROR PAULISTANO
Endereços misteriosos de São Paulo escondem lendas de assombrações, "visões" de fantasmas e histórias de arrepiar
Superstição estigmatiza lugares "assombrados"
FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL
Bruxas, gatos pretos, assombrações. Basta o casamento de
uma sexta-feira com um dia 13
para aterrorizar os supersticiosos. Mesmo longe de cenários
como os em que Jason Voorhees,
protagonista da série de terror
"Sexta-feira 13", promoveu seus
massacres, São Paulo também
tem endereços que, na crendice
popular, são misteriosos, "mal-assombrados" e macabros.
Tanto que uma agência de turismo resolveu criar um roteiro
para lugares "de outro mundo".
"São logradouros tétricos e mal-assombrados", explica Carlos
Roberto Silvério, idealizador do
programa da Graffit Turismo.
O tour, que sairá no próximo
Halloween (em outubro), passa
pelo vale do Anhangabaú -que,
em tupi-guarani, quer dizer
"várzea dos maus espíritos"-,
pelo antigo largo da Forca (hoje
praça da Liberdade) e chega ao
Theatro Municipal. "Todo teatro
de categoria tem o seu fantasma", sugere Leda Duarte, do
Museu do Theatro.
Sob o altar principal da Catedral da Sé, a cripta da igreja também esconde seus mistérios. "No
começo, ficava com medo, mas
até hoje o Tibiriçá [o primeiro
chefe indígena catequizado pelos
jesuítas, morto em 1562, cujos
restos estão na cripta] nunca puxou meu pé", brinca Vera Regina
Vargas, monitora da catedral.
Também no centro, a casa conhecida como Castelinho tem fama de mal-assombrada por conta de uma tragédia familiar ocorrida em 1937 -o filho mais velho da família Guimarães dos
Reis matou a mãe (já viúva) e seu
irmão mais novo cometeu suicídio. "Se esses espíritos estão
aqui, eles gostam de mim, porque nunca apareceram", conta
Fabiane Silva, que mora no local.
Com 180 passos de comprimento e algumas manchas de
sangue no chão, o sinistro corredor subterrâneo que liga o Hospital das Clínicas de São Paulo ao
Serviço de Verificação de Óbito e
por onde passam, em média,
cinco cadáveres por dia, é motivo de pavor entre alguns funcionários do hospital. "Eu até levo
você lá, mas não entro de jeito
nenhum", avisou à reportagem
uma funcionária. Nenhum fantasma se apresentou durante o
percurso, apesar da expectativa.
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