|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Na UFBA, ficha de vestibular exclui raça branca
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Universidade Federal da
Bahia excluiu a opção "branco"
do requerimento de inscrição
para o vestibular. Disponível na
internet, é possível selecionar
no campo etnia somente "preto, pardo, aldeado (índio que vive em aldeia), índio-descendente, quilombola e outros".
Segundo o pró-reitor de graduação da UFBA, Maerbal Marinho, as etnias foram escolhidas de acordo com o sistema de
cotas da universidade. Na hora
da inscrição, o candidato já se
identifica e se habilita, facilitando a distribuição das cotas.
Para Marinho, os brancos
não foram excluídos da ficha de
inscrição do vestibular da UFBA. "Outros é qualquer coisa
que não seja preto ou pardo. Se
a pessoa se declarar branca ou
asiática ela está contemplada
na categoria outros."
A ausência da opção "branco" chamou a atenção do professor Nelson Inocêncio, do
Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UnB (Universidade de
Brasília). "Branco", "caucasiano" ou "anglo-saxão" normalmente são as primeiras opções
de listas de etnias ou raça. "Não
vejo como positivo excluir o
branco. Brancos precisam se
autodeclarar como brancos",
avaliou o professor. Apesar de
achar pouco usual, ele não encara a situação como "preconceito às avessas".
Para Inocêncio, muita gente
se vê como branco no Brasil. "O
que interessa é como a pessoa
se vê e como ela se sente representada socialmente", diz.
Na UFBA, segundo o pró-reitor de graduação, 45% das vagas são destinadas a alunos das
escolas públicas. Dessa parcela,
2% são para os chamados índios-descendentes, que não vivem em aldeias. Do restante,
80% são para negros e pardos.
Índios que vivem em aldeias
e quilombolas têm direito a vagas especiais.
Texto Anterior: Alagoas: Pior universidade do país obtém mais verba do governo Próximo Texto: Na abertura de campus da Unicamp, Serra é vaiado por estudantes e reage Índice
|