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FOCO
Obras de arte tomam paredes de edifícios no centro de SP
IURI DE CASTRO TÔRRES
DE SÃO PAULO
Desde 1º de janeiro de
2007, com a entrada em vigor
da Lei Cidade Limpa, os paulistanos se desacostumaram
a ver grandes outdoors e painéis na paisagem da capital.
Desde o último sábado, no
entanto, isso mudou.
Nessa data começou a instalação das obras da exposição "Street Biennale" (bienal
de rua), que será aberta oficialmente no próximo dia 22.
As 14 peças ocuparão, durante um mês, fachadas inteiras de prédios do centro
histórico. Até ontem, no entanto, cinco delas ainda não
tinham obtido autorização
dos proprietários dos edifícios -depois, ainda precisam do aval da prefeitura.
Com curadoria do francês
Jeremy Planchon, 28, os visitantes farão um caminho que
começa no Teatro Municipal,
na praça Ramos de Azevedo,
e continua pelas avenidas
São João e Rio Branco.
"O centro de São Paulo é
histórico e underground ao
mesmo tempo", diz Planchon, que já levou o projeto,
em menor escala, à orla do
Rio de Janeiro, em 2009.
"A cidade tem muitas fachadas disponíveis, e as pessoas estão acostumadas a ver
apenas grafites nelas", afirma o curador. "Agora, poderão ver outro tipo de obra."
Segundo o curador, o trajeto deve demorar cerca de
uma hora. Haverá painéis explicativos em cada obra.
Sete artistas participam da
"Street Biennale" -os brasileiros Herbert Baglione, Paulo Climachauska, Fabiano
Gonper e Vicente de Mello, os
franceses Mohamed Bourouissa e Mambo e a chinesa
Ko Siu Lan. Uma das obras de
Baglione será pintada entre
os dias 15 e 20, na rua Conselheiro Crispiano, próximo ao
Teatro Municipal.
Apesar do nome, a mostra
de rua não está ligada à 29ª
Bienal de São Paulo, que começa no próximo dia 25.
CIDADE LIMPA
A Lei Cidade Limpa proíbe
todo tipo de publicidade externa, para diminuir a poluição visual. Entre as exceções
estão anúncios com finalidade cultural e educativa.
Planchon conta que nunca
havia visto uma lei parecida
com a paulistana, que ele
acha muito interessante.
"Sem ela, os artistas não conseguiriam fazer arte na rua,
seria só publicidade", diz.
Segundo Regina Monteiro,
presidente da CPPU (Comissão de Proteção da Paisagem
Urbana), responsável por fiscalizar a aplicação da lei, o
mais difícil, nesse tipo de
projeto, é conseguir a autorização dos condôminos e da
administração dos prédios.
"É um projeto pioneiro na
utilização das antenas cegas
dos prédios", diz, sobre as
grandes paredes sem janelas
de edifícios, que, antes, costumavam ser ocupadas por
anúncios. "A organização do
evento se comprometeu a revitalizar as fachadas após os
30 dias de exposição", afirma. "Se devolverem em pior
estado, serão multados."
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