São Paulo, segunda-feira, 13 de setembro de 2010

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FOCO

Obras de arte tomam paredes de edifícios no centro de SP

IURI DE CASTRO TÔRRES
DE SÃO PAULO

Desde 1º de janeiro de 2007, com a entrada em vigor da Lei Cidade Limpa, os paulistanos se desacostumaram a ver grandes outdoors e painéis na paisagem da capital. Desde o último sábado, no entanto, isso mudou.
Nessa data começou a instalação das obras da exposição "Street Biennale" (bienal de rua), que será aberta oficialmente no próximo dia 22.
As 14 peças ocuparão, durante um mês, fachadas inteiras de prédios do centro histórico. Até ontem, no entanto, cinco delas ainda não tinham obtido autorização dos proprietários dos edifícios -depois, ainda precisam do aval da prefeitura.
Com curadoria do francês Jeremy Planchon, 28, os visitantes farão um caminho que começa no Teatro Municipal, na praça Ramos de Azevedo, e continua pelas avenidas São João e Rio Branco.
"O centro de São Paulo é histórico e underground ao mesmo tempo", diz Planchon, que já levou o projeto, em menor escala, à orla do Rio de Janeiro, em 2009.
"A cidade tem muitas fachadas disponíveis, e as pessoas estão acostumadas a ver apenas grafites nelas", afirma o curador. "Agora, poderão ver outro tipo de obra."
Segundo o curador, o trajeto deve demorar cerca de uma hora. Haverá painéis explicativos em cada obra.
Sete artistas participam da "Street Biennale" -os brasileiros Herbert Baglione, Paulo Climachauska, Fabiano Gonper e Vicente de Mello, os franceses Mohamed Bourouissa e Mambo e a chinesa Ko Siu Lan. Uma das obras de Baglione será pintada entre os dias 15 e 20, na rua Conselheiro Crispiano, próximo ao Teatro Municipal.
Apesar do nome, a mostra de rua não está ligada à 29ª Bienal de São Paulo, que começa no próximo dia 25.

CIDADE LIMPA
A Lei Cidade Limpa proíbe todo tipo de publicidade externa, para diminuir a poluição visual. Entre as exceções estão anúncios com finalidade cultural e educativa.
Planchon conta que nunca havia visto uma lei parecida com a paulistana, que ele acha muito interessante. "Sem ela, os artistas não conseguiriam fazer arte na rua, seria só publicidade", diz.
Segundo Regina Monteiro, presidente da CPPU (Comissão de Proteção da Paisagem Urbana), responsável por fiscalizar a aplicação da lei, o mais difícil, nesse tipo de projeto, é conseguir a autorização dos condôminos e da administração dos prédios.
"É um projeto pioneiro na utilização das antenas cegas dos prédios", diz, sobre as grandes paredes sem janelas de edifícios, que, antes, costumavam ser ocupadas por anúncios. "A organização do evento se comprometeu a revitalizar as fachadas após os 30 dias de exposição", afirma. "Se devolverem em pior estado, serão multados."


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