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ENTRE TAPAS E CHICOTES
Rainha Laura leva
"escravos" para jaula
Clientes pagam R$ 200 por sessão de uma hora
Da Reportagem Local
A dominadora Laura, 29, gosta
de ser chamada de rainha pelos
seus clientes. Ela é a "dominatrix" mais famosa de São Paulo.
Seu local de trabalho é um estúdio cheio de aparelhos sadomasoquistas - entre eles uma
jaula - montado nos fundos do
Sex Shop Ateliê Eliana, no centro
da cidade. É lá que Laura atende
seus "escravos", que pagam R$
200 por uma hora.
Durante as sessões, Laura não
mantém relação sexual com seus
clientes. "Eles vêm aqui só para
serem dominados por mim",
diz Laura, com orgulho. Ela assume sentir prazer no trabalho
que faz. "É o útil unido ao agradável, dar uma chicotada é ter
um orgasmo cósmico", diz.
Laura trabalha como "dominatrix" há 13 anos. "Tomei gosto pela coisa com um ex-namorado, foi aí que eu descobri que
era sádica, nunca gostei da relação sexual convencional." Ela
atende entre cinco e sete clientes
por semana. "A maioria são homens casados que não têm coragem de pedir para a mulher praticar suas fantasias", conta.
Entre essas fantasias, estão a de
ser chicoteado, amarrado e algemado. "Sou eu que escolho o
que fazer com os clientes, eles
vêm aqui para receber ordens."
Mesmo assim, Laura diz que evita bater com força. "Antes da seção, converso com eles. Muitos
são casados e não querem chegar
em casa com marcas."
A "dominatrix" leva o sadomasoquismo também para fora
do trabalho. "Tenho meu "escravo' particular, saímos para
passear e fazer coisas, mas nossa
relação sexual é de dominação."
O sexo convencional é considerado por ela "muito sem graça". "Depois que você libera as
fantasias, fica difícil se contentar
com o normal", diz. Ela conta
que seu lado dominador ocupa
só a sua vida sexual. "Sou dominadora mas sou amiga", diz.
No outro lado da cidade, numa
casa de massagem instalada em
Pinheiros, Suzana ensina o que é
preciso para ser uma "sádica de
programa". "Não é só bater,
tem que saber dominar, submeter o outro com o olhar."
"Suzana, a dominadora", como é conhecida, tem 31 anos e 4
de programas. Diz cobrar R$ 80
por hora e receber quatro a cinco
clientes por dia. A maioria é casado, tem família constituída,
faz ali o que gostaria de fazer em
casa, afirma Suzana.
Uma minoria prefere métodos
violentos, trazem cigarros e velas
para serem queimados. "Um
empresário costuma vir aqui
quando está de viagem para o
exterior. Sai todo cheio de marcas de cigarro e vai para o aeroporto. Só volta para casa quando
as marcas desaparecem."
Alguns mais discretos trazem
uma sandália de couro na pasta
de executivo, abaixam as calças e
pedem para Suzana bater. "Depois ficam conversando, pagam
e saem felizes."
(AL e AB)
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