São Paulo, sexta-feira, 13 de outubro de 2006

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FURTO DO BC

Corregedoria e PF investigam falha em registro de morte

ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo e a Polícia Federal querem descobrir quem tinha interesse em liberar toda a documentação para que o mecânico Evandro José das Neves, 37, fosse enterrado com uma identidade falsa, em nome de Evandro Jeremias da Silva, no dia 4 deste mês.
Conhecido como Botina, Neves era integrante da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), tinha como área de atuação a favela Alba (zona sul de São Paulo) e estava com a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal do Ceará por suspeita de participação no furto dos R$ 164,8 milhões do Banco Central de Fortaleza, em agosto de 2005.
No último dia 3, Botina foi morto com um tiro na boca em um beco da favela e o assassinato foi registrado no boletim de ocorrência nº 7901/2006 no 35º DP (Jabaquara). Mesmo com passagens anteriores pela polícia por roubo a banco, formação de quadrilha, homicídio e receptação, Botina não teve suas informações datiloscópicas cruzadas com o banco de dados da Polícia Civil.
Com o erro, as autoridades que deveriam descobrir quem o matou não sabiam que ele era um dos procurados pelo furto ao BC. Como fazer o cruzamento das digitais de alguém que é assassinado é um procedimento comum, justamente para se ter certeza de que quem morreu é, de fato, o dono dos documentos que portava, as autoridades que investigam o furto ao BC tentam descobrir quem tem interesse de que Botina não fosse reconhecido. A Secretaria da Segurança Pública não se manifestou sobre o erro.


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