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Serra proíbe aluno de utilizar telefone celular em escola
Lei vale inicialmente para rede pública, mas, como o texto é vago, governo de SP pode estender medida para escolas particulares
Lei não estabelece como será a fiscalização da medida nem a que tipo de punição o estudante está sujeito caso não a respeite
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo,
José Serra (PSDB), sancionou
projeto de lei que proíbe os estudantes de usar telefone celular nas escolas nos horários de
aula. A medida foi publicada
ontem no "Diário Oficial".
A princípio, vale apenas para
a rede estadual do ensino básico (fundamental e médio), mas,
como a redação do texto é vaga
("estabelecimentos de ensino
do Estado"), a Secretaria da
Educação diz que é possível
considerar que abrange também a particular.
A dúvida será esclarecida
apenas com a regulamentação
da lei, prevista para ser publicada pelo governo em até 90 dias.
A lei não estabelece também
como será a fiscalização da medida nem a que tipo de punição
o estudante está sujeito.
De acordo com a Secretaria
da Educação, a tendência é que
o decreto regulamentador deixe para que cada escola defina
como implementar a lei, estipulando, por exemplo, a sanção
a ser aplicada.
O deputado estadual Orlando Morando (PSDB), autor da
proposta, afirmou que os aparelhos podem ser retidos pelos
professores e devolvidos apenas ao final das aulas. A punição, no entanto, não está prevista no texto da lei sancionada.
"Na regulamentação, pode-se também incluir um artigo
permitindo que os aparelhos
retidos sejam devolvidos apenas para os pais dos alunos",
disse o deputado.
Morando afirma na justificativa do projeto que a proposta
visa "assegurar a essência do
ambiente escolar, onde a atenção do aluno deve estar 100%
direcionada aos estudos".
Segundo o deputado, ele se
baseou em relatos de professores, que afirmam que os alunos
atendem ao telefone durante as
aulas e trocam "torpedos" com
colegas de outras salas, além de
brincarem com os jogos presentes nos aparelhos.
"Há relato de estudante que
usa o celular para colar nas provas, através de mensagens de
texto e também armazenando a
matéria no próprio aparelho",
afirma o texto disponível para
consulta no site da Assembléia.
Morando diz também que há
alunos que utilizam o celular
como forma de exibicionismo,
mudando sempre de modelo.
"Claro que o celular atrapalha, mas será difícil a escola
conseguir controlar todos os
alunos", afirmou a professora
Silvia de Mattos Gasparian Colello, coordenadora da área de
psicologia da educação da Faculdade de Educação da USP.
Para o presidente do sindicato das escolas particulares, José Augusto de Mattos Lourenço, mesmo que a lei se aplique à
rede privada, haverá poucas
mudanças na rotina escolar.
"Os regimentos das escolas já
proíbem materiais não condizentes com a prática pedagógica. Isso vale não só para celulares mas também para aparelhos como iPod", disse Lourenço. Segundo ele, os regimentos
dos colégios seguem diretrizes
das diretorias de ensino.
Colaborou ARTUR RODRIGUES , do "Agora"
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