|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para educadores, em vez de proibir deve-se ensinar
DA REPORTAGEM LOCAL
Educadores afirmam que
uma lei não é a melhor forma
de coibir o uso de celulares nas
aulas. O ideal, dizem, é convencer os estudantes a desligarem
os aparelhos.
"Uma medida como essa,
vinda do Executivo ou do Legislativo, tira da escola o poder
de negociação interna", afirmou a professora Silvia de Mattos Gasparian Colello, coordenadora da área de psicologia da
educação da Faculdade de Educação da USP.
"É melhor o estudante desligar o aparelho porque sabe que
vai atrapalhar a aula. Se ele for
convencido disso, usará melhor
o aparelho também fora da escola. Se for só para seguir uma
lei, não irá praticar o mesmo fora da sala", disse.
Colello lembra que "também
é proibido entrar armado na escolas, mas, mesmo assim, isso
ocorre em muitas lugares".
Posição semelhante tem a
coordenadora do curso de pedagogia da Unicamp, a psicóloga Ângela Soligo. "Se a escola
consegue conscientizar os alunos, eles próprios vão cobrar o
colega que utilizar o celular indevidamente", disse.
"Uma proibição como essa,
por meio de uma lei, dá margem para a rebeldia. O aluno
pensa: "Ah, é proibido? Agora
que vou usar o celular mesmo'",
afirmou Soligo.
Para a presidente da Associação de Pais e Alunos das Escolas do Estado de São Paulo e secretária municipal de Educação no governo Celso Pitta
(1997-2000), Hebe Tolosa, "a
escola é um lugar para informação, não para negação".
Ela criticou também o texto
aprovado pela Assembléia e
sancionado pelo governador.
"Não fica nem claro se vale para
escola particular. Do jeito que
está, poderia valer até para faculdade", disse.
(FT)
Texto Anterior: Disciplina: Tucano veta inclusão de direito no currículo Próximo Texto: Governador veta projeto de lei "Deus na Escola" Índice
|