São Paulo, sábado, 13 de outubro de 2007

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Para educadores, em vez de proibir deve-se ensinar

DA REPORTAGEM LOCAL

Educadores afirmam que uma lei não é a melhor forma de coibir o uso de celulares nas aulas. O ideal, dizem, é convencer os estudantes a desligarem os aparelhos.
"Uma medida como essa, vinda do Executivo ou do Legislativo, tira da escola o poder de negociação interna", afirmou a professora Silvia de Mattos Gasparian Colello, coordenadora da área de psicologia da educação da Faculdade de Educação da USP.
"É melhor o estudante desligar o aparelho porque sabe que vai atrapalhar a aula. Se ele for convencido disso, usará melhor o aparelho também fora da escola. Se for só para seguir uma lei, não irá praticar o mesmo fora da sala", disse.
Colello lembra que "também é proibido entrar armado na escolas, mas, mesmo assim, isso ocorre em muitas lugares".
Posição semelhante tem a coordenadora do curso de pedagogia da Unicamp, a psicóloga Ângela Soligo. "Se a escola consegue conscientizar os alunos, eles próprios vão cobrar o colega que utilizar o celular indevidamente", disse.
"Uma proibição como essa, por meio de uma lei, dá margem para a rebeldia. O aluno pensa: "Ah, é proibido? Agora que vou usar o celular mesmo'", afirmou Soligo.
Para a presidente da Associação de Pais e Alunos das Escolas do Estado de São Paulo e secretária municipal de Educação no governo Celso Pitta (1997-2000), Hebe Tolosa, "a escola é um lugar para informação, não para negação".
Ela criticou também o texto aprovado pela Assembléia e sancionado pelo governador. "Não fica nem claro se vale para escola particular. Do jeito que está, poderia valer até para faculdade", disse. (FT)


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