São Paulo, terça-feira, 13 de novembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Policial suspeito de elo com grupo de extermínio mata 2

É o mesmo que teve celular achado em cena de crime com 3 baleados em Osasco

No sábado, horas depois de alegar dores de cabeça e obter um atestado médico, Fábio Saviolo disse ter reagido a um assalto

ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Afastado de suas funções desde o fim de setembro, sob suspeita de integrar um grupo de extermínio em Osasco (Grande São Paulo), o soldado da Polícia Militar Fábio Leandro de Santana Saviolo, 30, matou dois homens no sábado, em uma suposta tentativa de assalto da qual diz ter sido vítima.
Saviolo é do 42º Batalhão da PM e, desde 25 de setembro, cumpria trabalhos administrativos na Corregedoria da PM, de segunda a sábado, das 7h às 19h, após a Folha revelar que seu celular foi achado no local onde três pessoas foram baleadas por encapuzados na periferia de Osasco.
O atentado ocorreu no dia 15 de agosto e nenhuma das pessoas baleadas morreu.
O grupo de extermínio ao qual se suspeita que o policial militar pertença teria cometido mais de 30 assassinatos.
O policial nega integrar grupo de extermínio e ter ligação com os três baleados.
Desde seu afastamento da Força Tática (espécie de pelotão de elite) do 42º Batalhão, o PM não portava mais arma da corporação. No sábado, ele disparou sua arma particular, uma pistola 380 mm, 14 vezes.
No sábado, o soldado Saviolo disse aos responsáveis pela Corregedoria da PM que sentia fortes dores de cabeça e foi levado para o hospital da corporação. Após ser atendido por um médico da PM, Saviolo conseguiu um atestado que determinava seu afastamento por três dias dos trabalhos administrativos que exercia.
No mesmo sábado em que obteve o atestado médico, à noite, o soldado saiu com uma amiga, a também policial militar Cibele de Paula Silva, 26.
Na versão contada pelos dois PMs ao delegado Cristiano Peraro Murillo, às 21h15 de sábado eles conversavam em uma praça no centro de Osasco, encostados no Golf de Saviolo, quando foram abordados por três homens, um deles armado.
Os PMs disseram ter sido obrigados a entrar no Golf. Dentro do veículo, os policiais reagiram ao roubo e mataram dois dos três supostos ladrões. O terceiro teria fugido a pé.
Na suposta reação ao assalto, Saviolo deu 14 tiros com sua arma. A PM Cibele disparou seu revólver calibre 38 (pertencente à PM) cinco vezes.
O morto ainda não identificado pela polícia recebeu 17 tiros. Carlos Bezerra de Lima, 23, apenas um. O outro tiro não atingiu ninguém.

Outro lado
"Fomos vítimas de uma tentativa de assalto e apenas reagimos", disse Saviolo, que também nega ser integrante do grupo de extermínio supostamente formado por policiais militares de Osasco.
"O meu celular [achado no crime com três baleados] foi usado para me incriminar", disse, sobre o telefone perdido.


Texto Anterior: Polícia: Padre Júlio depõe e recebe apoio
Próximo Texto: Policiais chegam para conter motim ouvindo a trilha de "Tropa de Elite"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.