São Paulo, sexta-feira, 13 de novembro de 2009

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Nos EUA, blecaute em 2003 durou mais de 90 horas

FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK

Há pouco mais de seis anos, no dia 14 de agosto de 2003, os Estados Unidos sofreram o maior blecaute de sua história.
Cerca de 45 milhões de pessoas no país e outras 10 milhões no Canadá ficaram durante várias horas sem luz, muitas delas por até mais de 90 horas após o incidente. A cidade de Nova York ficou completamente apagada, com mais de 14,3 milhões de pessoas sem energia.
No princípio, autoridades norte-americanas e canadenses trocaram acusações sem saber exatamente o que havia ocorrido no intrincado sistema que envolve os dois países, onde opera um misto de empresas públicas, semipúblicas e também privadas.
No elenco de suposições, especulou-se que um raio havia atingido uma usina geradora no norte do Estado de Nova York e que uma usina nuclear antiga na Pensilvânia teve problemas de manutenção.
A causa, no entanto, revelou-se bem mais prosaica na investigação conduzida nos seis meses que se seguiram.
Árvores não podadas pela FirstEnergy Corporation -empresa que cobre parte do Estado de Ohio- simplesmente cresceram demais e arrebentaram alguns dos fios de transmissão.
O relatório da força-tarefa montada pelos governos dos EUA e do Canadá constatou que uma planta geradora de energia em Eastlake, um subúrbio de Cleveland, entrou em colapso em meio a um período de forte demanda.
O fato teria afetado o uso de algumas linhas de transmissão de energia em alta tensão da FirstEnergy que estavam encostadas em galhos de árvores e que acabaram se rompendo. Em efeito cascata, o problema acabou levando à interrupção das operações de uma centena de plantas geradoras.
Um problema adicional nos computadores da FirstEnergy fez com que os funcionários de seus sistemas de controle ficassem mais de uma hora sem serem avisados do problema inicial, que poderia ter sido solucionado a tempo com medidas de emergência.
Embora o sistema de telefonia fixa tenha continuado em operação, com algumas falhas, na maior parte das áreas afetadas, os telefones celulares experimentaram uma série de problemas.
Em Nova York, altamente dependente de metrô e trens (movidos a eletricidade), além de servida por milhões de elevadores, a população ficou sem energia por cerca de 24 horas. No dia seguinte ao blecaute, as autoridades pediram que as pessoas não saíssem de casa. A energia só voltou a se normalizar perto das 21h.
No período de apagão, a cidade registrou algumas ações de vandalismo e saques a lojas, o que também ocorreu no Canadá. Mas a onda foi incomparavelmente menor à do maior blecaute em Nova York registrado até então, em 1977.


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