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Protesto acaba em confronto na 25 de Março
PMs e guardas-civis enfrentam camelôs que se manifestavam contra suposta "truculência" nas apreensões
DO "AGORA"
Uma manifestação com cerca
de 500 camelôs na rua 25 de
Março, região de comércio popular no centro de São Paulo,
terminou em confronto com a
Guarda Civil Municipal e a Polícia Militar ontem de manhã.
O conflito deixou um guarda ferido, um carro da corporação
danificado por pedras e levou
pânico a consumidores e lojistas, que fecharam as portas.
A Tropa de Choque da PM foi
acionada e utilizou duas bombas de efeito moral para pôr fim
ao tumulto, o que ocorreu somente duas horas depois do
início do protesto. Oito camelôs foram levados à delegacia
por depredação e agressão. Outros três foram detidos por estarem sem documentos.
Os ambulantes disseram que
protestavam contra a "truculência" dos agentes da GCM
durante operação de apreensão
de suas mercadorias. Os manifestantes atiraram ovos, paus e
pedras contra os guardas-civis.
O coordenador do protesto,
Juarez José Gomes, disse que a
GCM agride e ofende os ambulantes. "Eles chegam aqui, chamam as mulheres que trabalham de camelôs de vagabundas. Aí, o marido vai lá e mete a
mão na cara dos guardas e vai
preso por desacato", disse.
Ele confirmou que alguns
manifestantes jogaram ovos e
pedras contra os guardas, mas
disse que não foi uma ação planejada. O camelô Wellington
da Cruz Santana, 29, afirmou
ter sido agredido há cinco dias
por um guarda-civil. "Ele pegou
minhas coisas e já me deu uma
borrachada [golpe de cassetete]", afirmou. O comando da
GCM disse que não usa de violência em ações de apreensão.
Enquanto o tumulto tomava
conta da rua, dentro das lojas,
comerciantes e funcionários se
protegiam, assim como os consumidores. "Eles [os camelôs]
vieram gritando "fecha, fecha".
Fechamos na hora, porque numa outra manifestação quebraram uma vitrine nossa", afirmou Marcos Santana, 23, estoquista de uma das lojas.
O comandante da PM no
centro, tenente-coronel Orlando Taveiros, disse que marcou
para amanhã uma reunião entre a corporação, representantes dos camelôs e da prefeitura
para discutir as reclamações.
O inspetor Rubens Trapiá,
comandante da GCM na região
central, negou qualquer comportamento violento dos guardas durante as apreensões.
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