São Paulo, sexta-feira, 13 de novembro de 2009

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Protesto acaba em confronto na 25 de Março

PMs e guardas-civis enfrentam camelôs que se manifestavam contra suposta "truculência" nas apreensões

DO "AGORA"

Uma manifestação com cerca de 500 camelôs na rua 25 de Março, região de comércio popular no centro de São Paulo, terminou em confronto com a Guarda Civil Municipal e a Polícia Militar ontem de manhã. O conflito deixou um guarda ferido, um carro da corporação danificado por pedras e levou pânico a consumidores e lojistas, que fecharam as portas.
A Tropa de Choque da PM foi acionada e utilizou duas bombas de efeito moral para pôr fim ao tumulto, o que ocorreu somente duas horas depois do início do protesto. Oito camelôs foram levados à delegacia por depredação e agressão. Outros três foram detidos por estarem sem documentos.
Os ambulantes disseram que protestavam contra a "truculência" dos agentes da GCM durante operação de apreensão de suas mercadorias. Os manifestantes atiraram ovos, paus e pedras contra os guardas-civis.
O coordenador do protesto, Juarez José Gomes, disse que a GCM agride e ofende os ambulantes. "Eles chegam aqui, chamam as mulheres que trabalham de camelôs de vagabundas. Aí, o marido vai lá e mete a mão na cara dos guardas e vai preso por desacato", disse.
Ele confirmou que alguns manifestantes jogaram ovos e pedras contra os guardas, mas disse que não foi uma ação planejada. O camelô Wellington da Cruz Santana, 29, afirmou ter sido agredido há cinco dias por um guarda-civil. "Ele pegou minhas coisas e já me deu uma borrachada [golpe de cassetete]", afirmou. O comando da GCM disse que não usa de violência em ações de apreensão.
Enquanto o tumulto tomava conta da rua, dentro das lojas, comerciantes e funcionários se protegiam, assim como os consumidores. "Eles [os camelôs] vieram gritando "fecha, fecha". Fechamos na hora, porque numa outra manifestação quebraram uma vitrine nossa", afirmou Marcos Santana, 23, estoquista de uma das lojas.
O comandante da PM no centro, tenente-coronel Orlando Taveiros, disse que marcou para amanhã uma reunião entre a corporação, representantes dos camelôs e da prefeitura para discutir as reclamações.
O inspetor Rubens Trapiá, comandante da GCM na região central, negou qualquer comportamento violento dos guardas durante as apreensões.


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