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Governo tenta implementar o Fundeb em 2005
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Educação,
Cristovam Buarque, disse que
o governo concluiu o documento-base para transformar o
Fundef (Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental) em Fundeb, incluindo o ensino médio, pré-escola e alfabetização de adultos.
No cronograma do ministro,
em 2005 os municípios já receberiam o dinheiro do Fundeb.
Há, porém, dois entraves importantes que podem minar o
projeto. A criação do Fundeb
depende de mudança constitucional, algo difícil em 2004 com
o Congresso esvaziado devido
às eleições municipais.
O outro problema do ministro é a falta de recursos orçamentários. Segundo projeções
do MEC, seriam necessários R$
4,5 bilhões anuais para custear
o Fundeb -dinheiro cuja origem ainda não foi apontada
por Cristovam.
Na segunda-feira, o MEC encaminhará à Casa Civil da Presidência o relatório dos grupos
que discutiram o Fundeb e a reforma universitária. Segundo
Cristovam, 2004 será o ano para que esses temas sejam discutidos com a sociedade, antes da
implementação em 2005.
De acordo com a estimativa
do ministro, em janeiro o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve assinar decreto tornando obrigatório, paulatinamente, o ensino médio. Ou seja, em
2004, será obrigatório o primeiro ano do ensino médio.
Em 2005, o segundo ano. E assim por diante, até o quarto
ano, que será criado.
Cristovam afirmou que já será possível aos alunos que fazem o terceiro ano do ensino
médio em 2004 cursar o quarto
ano em 2005. Essa última e nova fase, disse ele, visa profissionalizar o aluno.
"Será voluntário, mas com o
quarto ano poderemos fazer
com que o ensino médio seja
profissionalizante também.
Que as pessoas saiam de lá não
só com o diploma de ensino
médio, como sabendo um ofício", afirmou.
Ele anunciou ontem, durante
o encerramento do Seminário
Internacional de Alfabetização,
que o governo cumpriu a meta
de 3 milhões de adultos alfabetizados ou em processo de alfabetização neste ano.
"Não sei qual presente de Natal o presidente Lula vai dizer
que está dando aos brasileiros.
Mas se ele me pedir a sugestão,
vou dizer que o presente é deixar esse país com 3 milhões a
menos de pessoas ou analfabetas ou fora da sala de aula."
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