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Divórcio com festa
Relações públicas celebra fim de relação de 4 anos em "descasamento" com buquê de camisinhas para "garantir diversão" e bolo com noivo indo embora
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando receberam o cartão
para a festa da relações públicas Meg Sousa, 28, os amigos
estranharam o convite e acharam que era piada. "Vai rolar a
megafesta do meu divórcio.
Afinal, nem toda separação
precisa ser triste", dizia.
Para comemorar o fim do casamento de quatro anos, ela
reuniu 380 conhecidos -mais
gente do que a cerimônia de
união, que teve 130 pessoas-
numa casa noturna da Vila Madalena, fechada só para o evento numa noite de sábado de
maio, o mês das noivas.
A festa teve tudo do casamento: carro antigo com motorista, daqueles que levam as
noivas à igreja, véu, vestido
branco, bolo, docinhos, buquê,
padrinhos -menos o noivo.
"Foi praticamente uma festa
de casamento. Aliás, foi um
descasamento, só não teve
aliança", diz Meg, que está sem
namorado fixo desde então.
Como praticamente não é
igual, a festa teve algumas peculiaridades. Em vez de flores,
o buquê era feito de camisinhas
abertas, "para que a solteira
que pegasse o arranjo não se
amarrasse, mas tivesse diversão pelo resto da vida".
O bolo também teve uma
simbologia: era partido ao
meio, com a boneca da noiva,
sorridente, segurando uma taça de champanhe, e o noivo, de
costas, saindo com uma mala
debaixo do braço.
E foram os próprios amigos
mais próximos que ajudaram a
organizar a festa e deram tudo.
Um fez os convites, outro criou
o site com informações da farra, um terceiro, dono de uma
casa noturna, cedeu o espaço,
outro fez o penteado e a maquiagem, e teve um ainda que
fez os docinhos -"bem-separados", "um coração partido para
não restar dúvidas", diz Meg.
Falecido
O ex-marido sabia da festa,
foi convidado, disse que ia, mas
como não se empolgou com a
produção do evento, foi desconvidado de última hora.
A relação com o "falecido"
(ela pede que ele seja chamado
assim, sem nomes) é complicada e hoje eles só se falam para
tratar da partilha dos bens.
Meg diz até que pensou em
fazer lançamento de dardos na
foto do ex-marido e colocar
uma foto dele em rolos de papel
higiênico, mas desistiu porque
acabou por achar muito desrespeitoso e ofensivo.
Conhecida nas altas rodas de
São Paulo, a banqueteira Vivi
Barros diz já ter organizado há
alguns meses uma festa de divórcio para 120 convidados.
"O objetivo dela era fazer
uma festa para comemorar o
divórcio, que foi litigioso e muito sofrido. E pediu várias coisas
que o marido odiava e não poderia nem ver, como bacalhau.
Tudo o que ele odiava, ela fez,
até colocou um vestido curto
vermelho, que ele a proibia de
usar", diz Vivi.
Enquanto as festas de divórcio viram moda no país, o Senado deve votar nos próximos
dias, em segundo turno, uma
mudança na Constituição que
agiliza o processo de separação
ao extinguir a etapa de dois
anos entre o pedido e a homologação do desquite.
Os amigos de Meg, que no começo estranharam o convite
inusitado, dizem que a festa foi
a melhor a que já foram na vida.
E pedem mais. Agora, ela já planeja a festa de um ano de divorciada para maio.
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